Textos sobre Moralidade

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Textos de moralidade escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

As Três Fases da Moralidade

Temos o primeiro sinal de que o animal se tornou homem, quando a sua actuação já não se relaciona com o bem-estar momentâneo, mas com o duradouro, pro­va de que o homem adquire o sentido do “útil”, do “adequado”: é então que, pela primeira vez, irrompe o livre senhorio da razão. Um estádio ainda mais ele­vado é alcançado, quando ele age consoante o prin­cípio da honra; graças ao mesmo, ele adapta-se, sub­mete-se a sentimentos comuns, e isso ergue-o muito acima da fase, em que só a utilidade entendida em termos pessoais o guiava: ele respeita e quer ser res­peitado, isto é, entende o proveito como dependente do que ele opina acerca dos outros, do que os outros opinam acerca dele. Finalmente, na fase mais eleva­da da moralidade em uso até agora, ele age segundo o seu critério quanto às coisas e às pessoas, ele próprio determina para si e para outros o que é honroso, o que é útil; tornou-se o legislador das opiniões, em conformidade com o conceito cada vez mais desen­volvido do útil e do honroso. O conhecimento habi­lita-o a preferir o mais útil, ou seja, a colocar o pro­veito geral e duradouro à frente do pessoal, a respeitosa estima de valia geral e duradoura à frente da momentânea;

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Entender os Nossos Impulsos

O domínio de si próprio, embora eu não negue de forma alguma a sua necessidade em muitas circunstâncias, não é a melhor forma de conseguir que um ser humano se conduza bem. Tem o inconveniente de diminuir a energia e as faculdades criadoras. É como uma pesada armadura que ao mesmo tempo que impede o vosso braço de bater nos vossos vizinhos, o torna igualmente incapaz de um movimento útil. Os que não têm outro apoio além da disciplina que se impõem a si próprios, tornam-se obstinados e timoratos com receio de si próprios.
Mas os impulsos aos quais eles não permitem qualquer saída, continuam a existir neles a tal como os rios represados, cedo ou tarde transbordarão. As forças a que nós contrariamos a função natural que é o desabrochar da nossa própria vida, ou se atrofiam ou acabam por ter uma saída perturbando a vida de outrem. Elas procurarão qualquer saída do género das que não representam nenhum perigo para nós, por exemplo, a tirania doméstica. Se essa saída não for suficiente, há outras que o podem ser. Há sempre condenados e párias a quem a sociedade permite torturar e isso não comporta nenhum risco.
Esses párias,

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Um Autor Deve Intervir o Menos Possível na Elaboração da sua Obra

Penso que um autor deve intervir o menos possível na elaboração da sua obra. Deve procurar ser um amanuense do Espírito ou da Musa (ambas as palavras são sinónimas), e não das suas opiniões, que são o que de mais superficial nele existe. Assim o entendeu Rudyard Kipling, o mais ilustre dos escritores comprometidos. A um escritor, disse-nos, é-lhe dado inventar uma fábula, não a moralidade dessa fábula.

A Importância da Mulher no Progresso da Civilização

Se na história não procurarmos só uma data ou um facto descarnado, mas tentarmos nela descobrir alguma coisa mais, um princípio harmónico e as leis que governam esses factos, ainda nas suas menores evoluções, veremos que a história da civilização da mulher, do seu desenvolvimento e da sua moralidade, anda sempre ligada aos factos do desenvolvimento da civilização e da moralidade dos povos: veremos que aonde a sua condição se amesquinha, onde desce em dignidade, onde a mulher em vez do triplo e sagrado carácter de amante, esposa e mãe passa a ser escrava sem liberdade nem vontade, só destinada a saciar as paixões brutais dum senhor devasso, aí também veremos descer o nível da civilização e moralidade: à doçura dos costumes suceder a fereza e a brutalidade; e em vez do amor, essa flor do sentimento pura e recatada, só apareceram a paixão instintiva e brutal, necessidade puramente física do animal que obedece à lei da reprodução, à devassidão e à poligamia!

O Sentido do Espírito

Para conhecer bem os factos e enxergá-los no seu verdadeiro lugar, deve-se estar no cume – não os considerar de baixo pelo buraco da fechadura da moralidade ou de alguma outra sabedoria.
(…) O ponto de vista geral da história filosófica não é abstractamente geral, mas concreto e eminentemente actual, porque é o Espírito que permanece eternamente junto de si mesmo e ignora o passado. À semelhança de Mercúrio, o condutor das almas, a Ideia é na verdade o que conduz os povos e o mundo, e é o Espírito, a sua vontade razoável e necessária, que orientou e continua a orientar os acontecimentos do mundo.