A Cada Virtude Corresponde um VĂ­cio

Habituo-me a sĂł pensar bem dos meus amigos, a confiar-lhe os meus segredos e o meu dinheiro; nĂŁo tarda que me traiam. Se me revolto contra uma perfĂ­dia sou eu, sempre, a sofrer o castigo. Esforço-me por amar os homens em geral; faço-me cego aos seus erros e deixo, indulgente ao mĂĄximo, passar infĂąmias e calĂșnias: uma bela manhĂŁ acordo cĂșmplice. Se me afasto de uma sociedade que considero mĂĄ, bem depressa sou atacado pelos demĂłnios da solidĂŁo; e procurando amigos melhores, acho os piores.
Mesmo depois de vencer as paixĂ”es mĂĄs e chegar, pela abstinĂȘncia, a uma certa tranquilidade de espĂ­rito, sinto uma auto-satisfação que me eleva acima do prĂłximo; e temos Ă  vista o pecado mortal, a vaidade imediatamente castigada.