Textos sobre Sérios de Albert Einstein

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Textos de sérios de Albert Einstein. Leia este e outros textos de Albert Einstein em Poetris.

Uma Vida Exterior Simples e Modesta Só Pode Fazer Bem

Uma vida exterior simples e modesta só pode fazer bem, tanto ao corpo como ao espírito. Não creio de modo algum na liberdade do ser humano, no sentido filosófico. Cada um age não só sob pressão exterior como também de acordo com a sua necessidade interior. O pensamento de Schopenhauer: «O homem pode, na verdade, fazer o que quiser, mas não pode querer o que quer», impressionou-me vivamente desde a juventude e tem sido para mim um consolo constante e uma fonte inesgotável de tolerância. Esse conhecimento suaviza benéficamente o sentimento de responsabilidade levemente inibitório e faz com que não tomemos demasiado a sério, para nós e para os outros, uma concepção de vida que justifica de modo especial a existência do humor.
Do ponto de vista objectivo, pareceu-me sempre desprovido de senso querer-se indagar sobre o sentido ou a finalidade da própria existência ou da existência da criação. E, no entanto, cada homem tem certos ideais, que o orientam nos seus esforços e juízos. Neste sentido o bem-estar e a felicidade nunca me pareceram um fim em si (chamo a esta base ética o ideal da vara de porcos). Os ideais que me iluminavam e me encheram incessantemente de alegre coragem de viver foram sempre a bondade,

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Religião Cósmica

É muito difícil transmitir este sentimento a alguém completamente desprovido dele, especialmente porque não lhe corresponde qualquer concepção antropomórfica de Deus.
Os génios religiosos de todos os tempos distinguiram-se por possuírem este tipo de sentimento religioso, que não reconhece nenhum dogma nem nenhum deus concebido à imagem do homem; por isso não pode existir nenhuma igreja cujos ensinamentos centrais se baseiem nele. Logo, é precisamente entre os heréticos de todos os tempos que encontramos homens cheios deste tipo de sentimento religioso e que foram olhados em muitos casos pelos seus contemporâneos como ateus, por vezes também como santos. A esta luz, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza são muito parecidos entre si.
Como pode o sentimento religioso cósmico ser comunicado por uma pessoa a outra se não conduz a nenhuma noção definida de Deus e a nenhuma teologia? Na minha perspectiva, a função mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e manter vivo este sentimento em todos os que sejam receptivos a ele.
Chegamos deste modo a uma concepção da relação entre ciência e religião muito diferente da habitual. Quando consideramos o assunto de um ponto de vista histórico, somos levados a olhar para a ciência e para a religião como antagonistas irreconciliáveis e por razões bastante óbvias.

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A Ideia de Moral Universal

Muito antes de o homem estar maduro para ser confrontado com uma atitude moral universal, o medo dos perigos da vida levaram-no a atribuir a vários seres imaginários, não palpáveis fisicamente, o poder de libertar as forças naturais que temia ou talvez desejasse. E ele acreditava que esses seres, que dominavam toda a sua imaginação, eram feitos fisicamente à sua imagem, mas eram dotados de poderes sobre-humanos. Estes foram os precursores primitivos da ideia de Deus. Nascidos inicialmente dos medos que enchiam a vida diária dos homens, a crença na existência de tais seres, e nos seus poderes extraordinários, teve uma influência tão forte nos homens e na sua conduta que é difícil de imaginar por nós. Por isso, não surpreende que aqueles que se empenharam em estabelecer a ideia de moral, abarcando igualmente todos os homens, o tenham feito associando-a intimamente à religião. E o facto de estas pretensões morais serem as mesmas para todos os homens pode ter tido muito a ver com o desenvolvimento da cultura religiosa da espécie humana desde o politeísmo até ao monoteísmo.
A ideia de moral universal deve, assim, a sua potência psicológica original àquela ligação com a religião. No entanto, noutro sentido,

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