No momento em que todos têm direito à palavra na internet temo-la dada aos idiotas, que de outro modo nunca seriam lidos noutro sítio.
Passagens de Umberto Eco
114 resultadosSe alguém escreve um livro e não cuida da sobrevivência desse livro, então é um imbecil.
Respirar é essencial. Ler o texto, lê-lo em voz alta, muitas vezes, para controlar o ritmo. O ritmo muda de livro para livro. Os meus romances anteriores, de 500 páginas, são como sinfonias de Mahler, enquanto este último, ‘Número Zero’, é como o jazz. Por vezes digo aos meus tradutores: ‘Estás a explicar demasiado e a perder o ritmo.’.
Existe apenas uma coisa que excita os animais mais do que o prazer, é a dor.
Eu vejo as notícias na televisão mas nos jornais leio principalmente a Opinião. Quanto aos enganos que se encontram na imprensa, percebo que resultam da obrigação de encher muitas páginas. Até porque reparo que mesmo os jornais muito importantes se enganam.
A credulidade é uma forma de evitar o desespero, a desilusão – de evitar o medo da morte.
Nenhum romancista pode imaginar algo mais terrível que a verdade.
Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável.
Quando alguém começa a escrever um livro, especialmente um romance, mesmo a pessoa mais humilde do mundo espera tornar-se um Homero.
O verdadeiro herói é sempre herói por engano; sonhou ser um cobarde honesto como todos os outros.
Pode-se ser um grande poeta e ser politicamente estúpido.
Quando não se quer reconhecer que se é um imbecil, culpam-se os outros. Aliás, basta ver que todas as religiões do mundo resultaram de conspirações: há sempre um deus que fez isto ou aquilo. Mesmo que tenha sido eu a matar semelhantes numa guerra, logo se aponta para uma maquinação da divindade e que é responsável pelo ato.
Os que os faz viver é o que os faz morrer.
Apenas os pequenos homens parecem normais.