Vejo que nem um Breve Engano Posso Ter
Quando de minhas mĂĄgoas a comprida
Maginação os olhos me adormece,
Em sonhos aquela alma me aparece,
Que para mi foi sonho nesta vida.LĂĄ numa soidade, onde estendida
A vista por o campo desfalece,
Corro apĂłs ela; e ela entĂŁo parece
Que mais de mi se alonga, compelida.Brado: â NĂŁo me fujais, sombra benina. â
Ela (os olhos em mi c’um brando pejo,
Como quem diz que jĂĄ nĂŁo pode ser)Torna a fugir-me; torno a bradar: â Dina…
E antes que diga mene, acordo, e vejo
Que nem um breve engano posso ter.