Paisagem

Dorme sob o silĂȘncio o parque. Com descanso,
Aos haustos, aspirando o finĂ­ssimo extrato
Que evapora a verdura e que deleita o olfato,
Pelas alas sem fim da årvores avanço.

Ao fundo do pomar, entre folhas, abstrato
Em cismas, tristemente, um alvĂ­ssimo ganso
Escorrega de manso, escorrega de manso
Pelo claro cristal do lĂ­mpido regato.

Nenhuma ave sequer, sobre a macia alfombra,
Pousa. Tudo deserto. Aos poucos escurece
A campina, a rechĂŁ sob a noturna sombra.

E enquanto o ganso vai, abstrato em cismas, pelas
Selvas a dentro entrando, a noite desce, desce…
E espalham-se no cĂ©u camandulas de estrelas…