Quem diz o que entende, tão fora está de mentir, que antes mentiria se fizesse o contrário.
Frases de António Vieira
360 resultadosEm todas as outras coisas o deixar de ser é sinal de que já foram; no amor o deixar de ser é sinal de nunca ter sido.
O homem incapaz de julgar, por um lado, nem vê o que é melhor nem o aprova; por outro, aprova o que é pior e segue-o como se fosse o melhor.
Mais arriscada foi sempre a boa que a má fama, porque as grandes prendas são muito ruidosas, e muitas vezes foi reclamo para o perigo mais certo o mais estrondoso ruído.
Em nenhuma parte tanto como em Portugal se gasta tanto papel, ou se gasta tanto em papéis.
Sendo tão natural ao homem o desejo de ver, o apetite de ser visto é muito maior.
Muitas vezes a mentira hoje no mundo é mais poderosa que a verdade.
Quem não pergunta por ignorância, pergunta por gosto.
O fim para que os homens inventaram os livros foi para conservar a memória das coisas passadas contra a tirania do tempo e contra o esquecimento dos homens, que ainda é maior tirania.
O retractar-se não é argumento de não saber, mas de saber que muitas vezes pode acertar o menos douto no que o mais letrado não advertiu.
Os inimigos da campanha podem-se vencer uma e muitas vezes, os da nossa corte são invencíveis; aqueles com as vitórias vão-se diminuindo, estes com elas crescem mais.
O livro, sendo o mesmo para todos, uns percebem dele muito, outros pouco, outros nada.
Sempre se deram as mãos a ruína e a felicidade.
A dignidade não se introduziu no mundo senão para abrigo daqueles que a não logram.
Muitos não têm o coração dentro em si, senão fora de si e muito longe. Fora de si, porque não cuidam em si e muito longe de si, porque todos os seus cuidados andam só atentos e aplicados às coisas temporais e mundanas que amam.
Em tempo em que só vale a lisonja, não podia parecer bem quem professa só a verdade.
Se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no passado e no futuro se vê o presente, porque o presente é futuro do passado, e o mesmo presente é o passado do futuro.
Pelo que fizeram, se hão-de condenar muitos, pelo que não fizeram, todos.
Quando o propósito do arrependimento se ajunta com a resolução do pecado, nem é arrependimento nem é propósito, porque a resolução de pecar contradiz o propósito da emenda, e o pecado presente desfaz o arrependimento futuro.
Não basta ver para ver, é necessário olhar para o que se vê.