Frases de Joaquim Nabuco

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Frases de Joaquim Nabuco. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Evitai de vos observar ao microscópio. Bons olhos, sem vidros, voltados para o que vos cerca é quanto basta.

Há máquinas de felicidade dispendiosas, que funcionam com enorme desperdício, e há outras económicas, que, com as migalhas da sorte, criam alegria para uma existência inteira.

A literatura de outras eras não pode suprir a literatura dos nossos dias. Cada geração quer exprimir o seu próprio pensamento, e nunca duas épocas diversas, nem sequer duas gerações sucessivas, tiveram os mesmos ângulos intelectuais de visão.

A questão de iniciativa tem aliás tem um interesses todo secundário, sobretudo quando a ideia está no ar e o espírito do tempo a agita por toda a parte.

Os críticos saqueiam muitas vezes as vítimas que esfaquearam. Prestai atenção para ver se pouco depois não aparecem, cobertos das vestes e jóias da mediocridade que eles executaram publicamente.

O reinado da mulher talvez venha um dia a ser realidade, mas será precedido por uma greve geral do amor. O sexo que suportar por mais tempo essa inactividade acabará por triunfar sobre o outro.

Uma das maiores burlas dos nossos tempos terá sido o prestígio da imprensa. Atrás do jornal, não vemos os escritores, compondo a sós o seu artigo. Vemos as massas que o vão ler e que, por compartilhar dessa ilusão, o repetirão como se fosse o seu próprio oráculo.

O pensamento, apesar de tudo, é uma esterilização. Não há perigo de que ele venha, algum dia, a triunfar sobre a natureza, que é a vida.

Há pessoas que têm os defeitos das suas qualidades, mas outras têm as qualidades dos seus defeitos. Muita mulher honesta deverá, por exemplo, a virtude à sua falta de encantos; muita gente honesta deverá a lisura à falta de inteligência.

Em última análise, o estilo é uma questão de maneiras. O escritor polido fará ao seu público todas as concessões possíveis.

Parece pretensioso o uso do «eu»; no entanto a forma pessoal é a única que exclui toda a pretensão. Quem a emprega traduz impressões recebidas, não emite sentenças, mas quem se veda o uso do «eu», constitui-se forçosamente num oráculo.

Todo o autor, nascendo uma geração mais tarde, repudiaria a sua obra; não há um que, ao envelhecer, não acredite ter progredido sobre a sua mocidade.

Os críticos sofrem de saturação e de tédio intelectual. Nada é mais falso que o ar de frescura e de juventude que eles assumem, fazendo crer que a leitura ainda lhes pode dar sensações verdadeiras.

A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que se não pode sondar.