Frases sobre Vida de Eça de Queirós

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Frases de vida de Eça de Queirós. As mais belas frases e mensagens de Eça de Queirós para ler e compartilhar.

A arte oferece-nos a única possibilidade de realizar o mais legítimo desejo da vida – que é não ser apagada de todo pela morte.

A escola não deve ter a melancolia da cadeia. Pestallozi, Froebel, os grandes educadores, ensinavam em pátios, ao ar livre, entre árvores. Froebel fazia alterar o estudo do ABC e o trabalho manual; a criança soletrava e cavava. A educação deve ser dada com higiene. A escola entre nós é uma grilheta do abecedário, escura e suja: as crianças, enfastiadas, repetem a lição, sem vontade, sem inteligência, sem estímulo: o professor domina pela palmatória, e põe todo o tédio da sua vida na rotina do seu ensino.

As datas, e só elas, dão verdadeira consistência à vida e à sorte. Um bem que nos veio no dia 17 de Agosto, que era uma quarta-feira, fica alumiando a nossa alma com uma claridade muito diferente do bem que nos sucedesse, incertamente, no tempo, sem dia e sem data.

Contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas: e a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha. Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem; só essa de contar histórias se dedica amoravelmente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo. Infelizmente, quase sempre, os contistas estragam os seus contos por os encherem de literatura, de tanta literatura que nos sufoca a vida!

A separação (temporária) tem isto de bom – que põe em relevo e torna interessantes mil pequenas coisas da vida daqueles que amamos – que até aí, todos os dias vistas, quase se não percebiam.

Não, positivamente não há nada neste mundo «worth to live for» senão um cantinho de fogão doméstico, muito Amor junto dele, e muita Arte em torno, para tornar a vida interessante, poética e distinta. Possa Deus, na sua infinita bondade, permitir que seja esse o nosso Destino. Arte e Amor – com A grande! Eles merecem-no; são as duas expressões supremas da vida, completam-se um pelo outro, e fora deles tudo é nada!

O trabalho incessante, enorme, irrita e exagera o desejo das riquezas; aferventa o cérebro, sobreexcita a sensibilidade, a população cresce, a concorrência é áspera, as necessidades descomedidas, infinitas as complicações económicas, e aí está sempre entre riscos a vida social. Entre riscos, porque vem a luta dos interesses, a guerra das classes, o assalto das propriedades e por fim as revoluções políticas.

Nunca houve numa «vida única» uma «afeição única»: e se nos parece que há casos em que houve é que essa vida não durou o bastante para que a desilusão e a mudança se produzisse, ou quando se produziu ficou orgulhosamente guardada no segredo do coração que a sentiu.