Passagens de José Luís Nunes Martins

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A maior de todas as virtudes é ser-se uma perfeição construída à custa de uma multiplicidade de passos imperfeitos, erros, quedas e tantos, tantos, recomeços… a Felicidade é o resultado de uma orientação totalmente livre e corajosa para o bem.

Dar o que Temos é Pouco

Quem apenas dá o que tem dá sempre pouco. Cada um de nós é muito mais do que aquilo que possui. Assim, mais do que dar o que temos, devemos dar o que somos.

Quem dá o que é irradia o bem da sua existência, semeia-se enquanto bondade… faz-se mais e melhor.

Há quem tenha tudo e não seja nada. Julgando que o seu valor está no que possui, exibe os seus bens como se fossem condecorações… desprezando não só o que é, mas, e ainda mais importante, o que poderia ser.

Quanto às coisas materiais, será melhor merecer o que não se tem do que ter o que não se merece… tal como é preferível ser credor do que devedor.

Nunca é bom depender do que não depende de nós.
Hoje confundem-se desejos com necessidades. Na verdade, não são sequer comparáveis, na medida em que os desejos buscam uma satisfação inalcançável. Pois assim que se sacia um desejo, logo outro, maior, toma o seu lugar. São vontades estranhas à nossa paz e capazes de alimentar contra nós uma guerra sem fim. É importante que atendamos às nossas verdadeiras carências, mas com o cuidado de afastar daí todos os desejos que querem passar por elas.

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O amor é a entrega da vida. É saber que se é um meio para que o outro seja feliz. Uma força pura para a realização dos sonhos de outrem. Um sentido para a vida.

A inveja quer o que há de bom na vida do outro. Esquece-se do melhor que pode haver na sua… Cobiça o bem do outro, mas não valoriza o seu. A inveja é própria de quem se perdeu.

Há culpas maiores que outras, mas nenhuma se transpõe abanando‐lhe os ramos, o que importa mesmo é arrancá‐las pela raiz. Ainda que trema o chão que nos segura os pés.

Nascer em Nós

Depositamos pouca fé em nós mesmos. Acreditamos que as boas soluções só podem chegar-nos de fora, como se fossemos incapazes de as criar… Quantas vezes a fé e a esperança aparecem como uma desculpa confortável em que nos instalamos e desistimos de trabalhar!? Queremos muito que tudo mude (para melhor), de uma vez só, com uma só chave milagrosa e… enquanto estamos a dormir.
Outro é o desafio da existência humana. Para além de saber esperar, é preciso lutar e sofrer. Esperar não é ficar à espera, mas encontrar forma para que as coisas aconteçam. O melhor do mundo está no fundo de nós, mas é preciso que o façamos nascer e crescer…

As soluções estão, na maior parte dos casos, no seio dos problemas, quase sempre no exato ponto onde eles nasceram. Os problemas não são becos sem saída, mas muros a transpor: não são algo acabado, mas sim processos… não são quês, são comos.

Deus pode nascer em nós, não vem de fora, como um forasteiro. É connosco. É-nos íntimo. São as nossas mãos que o encarnam… é pela nossa vida que Ele quer chegar ao mundo.

Há muitos que o querem no alto,

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Se há algo que se serve da minha tristeza para a fazer pior, também há algo que precisa dum pequeno rasgo de amor pela vida, para fazer em mim o milagre da multiplicação das esperanças… Só o amor me pode fazer mais do que sou. Só quando me dou é que me completo.

Devemos ser humildes. Segundo creio, a humildade não é uma virtude, mas tão-só a verdade. Não somos senão pouca coisa. É bom conhecermos os nossos limites, porque isso implica também que tomemos consciência das nossas potencialidades.

Ser feliz é ser capaz de criar e alimentar a alegria verdadeira que brota do próprio coração que ama. Uma gratidão pela existência. Um sorriso pela vida. Que serve aos outros, dando-lhes o amor e a alma que lhes pode estar a faltar…

Na arte, a sensibilidade funde-se com a espiritualidade. Compreende-se que todos os mundos são um só… e que o caminho, a verdade e a vida que há em cada uma das mais pequenas partes é, afinal, o amor!

Nesta entrega incondicional há um momento único: é precisamente quando, pelo Amor, saímos de nós mesmos… que aparecemos diante dos nossos próprios olhos…

Não há pessoas simples, ninguém cabe dentro de uma explicação fácil e rápida. Somos unidades vivas que se desenvolvem de forma progressiva. A nossa identidade é um complexo equilíbrio dinâmico entre permanência e mudança.

Amar é arriscar. Tudo.

O amor é algo extraordinário e muito raro. Ao contrário do que se pensa não é universal, não está ao alcance de todos, muito poucos o mantêm aqui. Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus fingimentos até ao seu contrário: o egoísmo.

A banalidade do gosto de ti porque gostas de mim é uma aberração intelectual e um sentimento mesquinho. Negócio estranho de contabilidade organizada. Amar na verdade, amar, é algo que poucos aguentam, prefere-se mudar o conceito de amor a trocar as voltas à vida quando esta parece tão confortável.
Amar é dar a vida a um outro. A sua. A única. Arriscar tudo. Tudo. A magnífica beleza do amor reside na total ausência de planos de contingência. Quando se ama, entrega-se a vida toda, ali, desprotegido, correndo o tremendo risco de ficar completamente só, assumindo-o com coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode tão pouco diante do amor. Quase nada. Ama-se por cima da morte, porquanto o fim não é o momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam.

Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos.

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As Obras e os Mistérios do Amor

Quem ama não sente o amor no seu coração. Vive no coração do amor. O amor que nos oferece os sonhos mais belos e nos faz voar, é o mesmo que nos crava os espinhos mais duros na carne e se faz mar nas nossas lágrimas.

O amor faz o que quer, onde e quando alguém o aceita. Não tem outras mãos ou olhos senão os nossos. A força do amor é aquela de que nós formos capazes. Por isso, amar é, antes de tudo, aceitar.

Há quem entregue a sua vida por amor. Quem se abandone a si mesmo, deixando para trás aquilo que outros julgam ser o seu maior tesouro… A vida é para amar, quem não ama, apenas sobrevive.
Há quem morra por amor. Mas esta vida é apenas um pedaço de outra, maior, que só é vivida pelos que tiverem a coragem imprudente de ser luz e calor na vida de alguém, aceitando-o como é… e como quer ser. Sem o julgar. Respeitando sempre os seus espaços e os seus tempos, o seu passado e o seu futuro. Amar é corrigir e ajudar quem se ama a ser melhor, mas não o obrigando aos nossos pensamentos e sentimentos,

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