O amor nĂŁo Ă© uma futilidade ou um divertimento; Ă© um sentimento profundo, que decide de uma vida. NĂŁo hĂĄ o direito de o falsificar.
Passagens de JĂșlio Dantas
57 resultadosA inteligĂȘncia e a vivacidade da mulher afugentam de ordinĂĄrio os homens medĂocres, cujo orgulho de posse prefere, Ă beleza vivaz e raciocinadora, a beleza triste, passiva, submissa e silenciosa.
NĂŁo hĂĄ nada que valha a dignidade do silĂȘncio.
Se as mulheres bonitas tivessem todos os amantes que lhes atribuem, nĂŁo havia maior castigo do que a beleza.
Ă nas velhas casas, onde parece flutuar ainda a penumbra dourada do passado, que se recebe, mais perdurĂĄvel e mais viva, a impressĂŁo da famĂlia e do lar.
O amor nasce de quase nada e morre de quase tudo.
O Talento na Juventude e na Velhice
Nada menos exacto do que supor que o talento constitui privilĂ©gio da mocidade. NĂŁo. Nem da mocidade, nem da velhice. NĂŁo se Ă© talentoso por se ser moço, nem genial por se ser velho. A certidĂŁo de idade nĂŁo confere superioridade de espĂrito a ninguĂ©m. Nunca compreendi a hostilidade tradicional entre velhos e moços (que aliĂĄs enche a histĂłria das literaturas); e nĂŁo percebo a razĂŁo por que os homens se lançam tantas vezes recĂprocamente em rosto, como um agravo, a sua velhice ou a sua juventude.
Ser idoso nĂŁo quer dizer que se seja necessĂĄriamente intolerante e retrĂłgado; e engana-se quem supuser que a mocidade, por si sĂł, constitui garantia de progresso ou de renovação mental. As grandes descobertas que ilustram a histĂłria da ciĂȘncia e contribuiram para o progresso humano sĂŁo, em geral, obra dos velhos sĂĄbios; e a mocidade literĂĄria, negando embora sistemĂĄticamente o passado, Ă© nele que se inspira, atĂ© que o escritor adquire (quando adquire) personalidade prĂłpria.
(…) A mocidade, em geral, nĂŁo cria; utiliza, transformando-o, o legado que recebeu. Juventude e velhice nĂŁo se opĂ”em; completam-se na harmonia universal dos seres e das coisas. A vida nĂŁo Ă© sĂł o entusiasmo dos moços;
NĂŁo sĂŁo as mulheres muito inteligentes que despertam as maiores paixĂ”es. A inteligĂȘncia tem qualquer coisa de ĂĄgil, de mĂĄsculo, de irritante, que repele a sensualidade misteriosa do homem.
O homem Ă© um animal essencialmente infiel.
O que foi sempre o amor senĂŁo a mais dolorosa, a mais voluptuosa das mentiras?
Os bons livros que tĂȘm o direito de viver, defendem-se e justificam-se por si prĂłprios.
Entre um homem moço e uma mulher bonita, a amizade pura, a amizade intelectual Ă© impossĂvel. O homem e a mulher sĂŁo, fundamentalmente, irredutivelmente, inimigos. SĂł se aproximam para se amar – ou para se devorar.
Procura ser tĂŁo gentil com a tua mulher como no tempo que a conquistaste.
O que Ă© mais difĂcil nĂŁo Ă© escrever muito; Ă© dizer tudo, escrevendo pouco.
Aqueles que nĂŁo se recordam do passado veem tudo com olhos de 20 anos.
O maior defeito da mulher Ă© o homem.
NĂŁo hĂĄ como os imitadores para nos fazerem sentir o que existe de mau na obra de um escritor ilustre.
SĂł permanecem na mulher as modas que agradam aos homens.
SĂŁo tĂŁo imensamente grandes, tĂŁo paradoxalmente violentos certos amores, que atingem a expressĂŁo terrĂvel do Ăłdio.
Todas as mulheres que amam se parecem, e todas as mulheres que mentem, mentem da mesma maneira.