Olha, Entre um pingo e outro A chuva nĂŁo molha.
Passagens de MillĂ´r Fernandes
318 resultadosSe Ă© gostoso faz logo, amanhĂŁ pode ser ilegal.
Pais e filhos nĂŁo foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos.
Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso.
Em geral as pessoas que se perdem em pensamentos Ă© porque nĂŁo conhecem muito bem esse territĂłrio.
Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.
Sofro de `mimfobia`… Morro de medo de mim, mas me supero todo dia.
Goze. Quem sabe essa Ă© a Ăşltima dose?
SEM MARGEM A DÚVIDAS Se você ainda mantém A intenção moral-visual De só encarar homens de bem Segue este meu conselho: Sai da rua, Vai pra casa, Tranca a porta E quebra o espelho.
O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. E o comunismo é exatamente o contrário.
A vida consiste de metade de mentiras que a gente Ă© obrigado a dizer, e metade de verdades que a gente Ă© obrigado a calar.
FamĂlia Ă© uma pequena sociedade composta por um homem que nĂŁo ganha o suficiente, de uma mulher que nĂŁo cuida da casa como devia cuidar e de alguns filhos que estĂŁo cada vez mais impossĂveis.
Poeminha de Insatisfação Absoluta
O que me dĂłi
É que quando está tudo acabado
Pronto pronto
Não há nada acabado
Nem pronto pronto
Pintou-me a casa toda
Está tudo limpado
O armário fechado
A roupa arrumada
Tudo belo, perfeito.
E no mesmo instante
Em que aperfeiçoamos a perfeição
Uma lasca diminuta, ténue, microscópica,
NĂŁo sei onde,
Está começando
Na pintura da casa
E as traças, não sei onde,
EstĂŁo batendo asas
E a poeira, em geral, está caindo invisĂvel,
E a ferrugem está comendo não sei quê
E não há jeito de parar.
Erudito Ă© um sujeito que tem mais cultura do que cabe nele.
Quando começou a comprar almas, o diabo inventou a sociedade de consumo.
SĂł uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina.
O JuĂzo Final
Chegou o miserável milionário no céu e, impacientemente, esperou a sua vez de ser julgado. Introduziram-no numa sala, noutra sala, noutra sala, até que se viu frente a uma luz ofuscante, na qual pouco a pouco foi dintinguindo a figura santa do pai dos Homens. Em voz tonitroante este, tendo à direita, Pedro, e, à esquerda, uma figura que ele não conhecia, julgou sumariamente dois outros pecadores que estavam à sua frente. E, afinal, dirigiu-se a ele:
– Que fez vocĂŞ de bom na sua vida ?
– Bem, eu nasci, cresci, amei, casei, tive filhos, vivi.
– Ora – disse o Senhor – isso sĂŁo actos sociais e biolĂłgicos a que vocĂŞ estava destinado. Quero saber que bondade especĂfica e determinada vocĂŞ teve para com o seu semelhante.
– Bem – disse o milionário – eu criei indĂşstrias, comprei fazendas, dei emprego a muita gente, melhorei as condições sociais de muita gente.
– NĂŁo, isso nĂŁo serve – disse o Todo-Poderoso – essas acções estavam implĂcitas ao acto de vocĂŞ enriquecer. VocĂŞ as praticou porque precisava viver melhor. NĂŁo foram intrinsecamente boas acções, desprendidas, nĂŁo servem.
O milionário escarafunchou o cérebro e não encontrou nada.
Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância.
O CĂłdigo Penal Ă© a causa de todos os crimes!
Um homem começa a ficar velho quando já prefere andar só do que mal acompanhado.