O CĂ©u e o Ninho

És ao mesmo tempo o cĂ©u e o ninho.

Meu belo amigo, aqui no ninho,
o teu amor prende a alma
com mil cores,
cores e mĂșsicas.

Chega a manhĂŁ,
trazendo na mĂŁo a cesta de oiro,
com a grinalda da formosura,
para coroar a terra em silĂȘncio!

Chega a noite pelas veredas nĂŁo andadas
dos prados solitĂĄrios,
jĂĄ abandonados pelos rebanhos!
Traz, na sua bilha de oiro,
a fresca bebida da paz,
recolhida
no mar ocidental do descanso.

Mas onde o céu infinito se abre,
para que a alma possa voar,
reina a branca claridade imaculada.
Ali nĂŁo hĂĄ dia nem noite,
nem forma, nem cor,
nem sequer nunca, nunca,
uma palavra!

Tradução de Manuel SimÔes