Aos Amores!

A vida que tudo arrasta os amores também
uns dão à costa, exaustos, outros vao mais além
navegadores sĂł solitĂĄrios dois a dois
heróis sem nome e até por isso heróis

Desde que o John partiu a Rosinha passa mal
vive na Loneley Street, Heartbreak Hotel, Portugal
ainda em si mora a doce mentira do amor
tomou-lhe o gosto ao provar-lhe o sabor

Os amores sĂŁo facas de dois gumes
tĂȘem de um lado a paixĂŁo, do outro os ciĂșmes
sĂŁo desencantos que vivem encantados
como velas que ardem por dois lados

Aos amores!

No convento as noviças cantam as madrugadas
e a bela monja escreve cartas arrebatadas
“Ă© por virtude tua que tu Ă©s o meu vĂ­cio
por ti eu lanço os ventos ao precipĂ­cio”

O Rui da Casa Pia sabe que sabe amar
sopra na franja, maneira de se pentear
vai Ă  posta restante para ver quem lhe escreveu
foi uma bela monja que nunca conheceu

Aos amores!
(desordeiros irresistĂ­veis deleituosos entranhantes
verdadeiros evitåveis buliçosos como dantes
bicolores transgressores impostores cantadores)

A Marta,

Continue lendo…