Poemas sobre Mãos de Armindo Trevisan

2 resultados
Poemas de mãos de Armindo Trevisan. Leia este e outros poemas de Armindo Trevisan em Poetris.

O Mundo, o Demónio e a Carne

Relâmpago adormecido
entre a malva e o estalo
tua penúria, ó Mundo
é a minha penúria.
Somos a mesma falta
de olhos a perseguir
a visão que negou
o barro de meu rosto.

Demónio entre o retinir
das esporas e o redondo
dia,
que fizeste da luz
a arder em minha alma?
Sou teu cúmplice na mão
que apertou o pensamento
em sua nudez.

Carne de minha carne
entre uma pedra e outra
abre-se o trigo
da maldição.
Nossos corpos são nossos
mas o abraço rói
o hálito que foi um
antes de existirmos.

Quem Dirá aos Amantes

Quem dirá aos amantes
o caminho
pelo qual os corpos vão
ao termo do que souberam?
E depois foi noção,
espaço, letra,
e não quiseram o retorno?
Quem os aguardará do outro lado
onde o riso,
a aveia, são o preâmbulo
da carícia no seio?

Quem dirá aos
amantes que o amor há-de despir
o acontecido
e passará pela mão
como passou o frio
de flor em flor?