Poemas sobre Nomes de Ant贸nio Nobre

3 resultados
Poemas de nomes de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Nobre em Poetris.

A Vida

脫 grandes olhos outomnaes! mysticas luzes!
Mais tristes do que o amor, solemnes como as cruzes!
脫 olhos pretos! olhos pretos! olhos cor
Da capa d’Hamlet, das gangrenas do Senhor!
脫 olhos negros como noites, como po莽os!
脫 fontes de luar, n’um corpo todo ossos!
脫 puros como o c茅u! 贸 tristes como levas
De degredados!

脫 Quarta-feira de Trevas!

Vossa luz 茅 maior, que a de trez luas-cheias:
Sois v贸s que allumiaes os prezos, nas cadeias,
脫 velas do perd茫o! candeias da desgra莽a!
脫 grandes olhos outomnaes, cheios de Gra莽a!
Olhos accezos como altares de novena!
Olhos de genio, aonde o Bardo molha a penna!
脫 carv玫es que accendeis o lume das velhinhas,
Lume dos que no mar andam botando as linhas…
脫 pharolim da barra a guiar os navegantes!
脫 pyrilampos a allumiar os caminhantes,
Mais os que v茫o na diligencia pela serra!
脫 Extrema-Unc莽茫o final dos que se v茫o da Terra!
脫 janellas de treva, abertas no teu rosto!
Thuribulos de luar! Luas-cheias d’Agosto!
Luas d’Estio! Luas negras de velludo!
脫 luas negras,

Continue lendo…

Elegia

Vae em seis mezes que deixei a minha terra
E tu ficaste l谩, mettida n’uma serra,
Boa velhinha! que eras mais uma crian莽a…
Mas, t茫o longe de ti, n’este Payz de Fran莽a,
Onde mal viste, ent茫o, que eu viesse parar,
Vejo-te, quanta vez! por esta sala a andar…
Bates. Entreabres de mansinho a minha porta.
Vir谩s tratar de mim, ainda depois de morta?
Vens de t茫o longe! E fazes, s贸, essa jornada!
Ajuda-te o bord茫o que te empresta uma fada.
Altas horas, emquanto o bom coveiro dorme,
Escapas-te茫da cova e vens, Bondade enorme!
Atravez do Mar茫o que a lua-cheia banha,
Atravessas, sorrindo, a mysteriosa Hespanha,
Perguntas ao pastor que anda guardando o gado,
(E as fontes cantam e o c茅u 茅 todo estrellado…)
Para que banda fica a Fran莽a, e elle, a apontar,
Diz: 芦V谩 seguindo sempre a minha estrella, no Ar!禄
E ha-de ficar scismando, ao ver-te assim, velhinha,
Que 茅s tu a Virgem disfar莽ada em probrezinha…
Mas tu, sorrindo sempre, olhando sempre os c茅us,
Deixando atraz de ti, os negros Pyrineus,
Sob os quaes rola a humanidade,

Continue lendo…

Males de Anto

A Ares n’uma aldeia

Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!
Nem mesmo sei dizer que doen莽a era a minha,
Porque eram todas, eu sei l谩! desde o odio ao tedio.
Molestias d’alma para as quaes n茫o ha remedio.
Nada compunha! Nada, nada. Que tormento!
Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento:
No entanto, 谩s vezes, os meus nervos gastos, velhos,
Convulsionavam-nos relampagos vermelhos,
Que eram, bem o sentia, instantes de Cam玫es!
Sei de c贸r e salteado as minhas afflic莽玫es:
Quiz partir, professar n’um convento de Italia,
Ir pelo Mundo, com os p茅s n’uma sandalia…
Comia terra, embebedava-me com luz!
Extasis, spasmos da Thereza de Jezus!
Contei n’aquelle dia um cento de desgra莽as.
Andava, 谩 noite, s贸, bebia a noite 谩s ta莽as.
O meu cavaco era o dos mortos, o das loizas.
Odiava os homens ainda mais, odiava as Coizas.
Nojo de tudo, horror! Trazia sempre luvas
(Na aldeia, sim!) para pegar n’um cacho d’uvas,
Ou n’uma flor. Por cauza d’essas m茫os… Perdoae-me,
Alde玫es! eu sei que v贸s sois puros. Desculpae-me.

Mas, atravez da minha dor,

Continue lendo…