Poemas sobre Queimas de Almeida Garrett

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Poemas de queimas de Almeida Garrett. Leia este e outros poemas de Almeida Garrett em Poetris.

Seus Olhos

Seus olhos – que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
NĂŁo tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tĂŁo fatal poder,
Que, um sĂł momento que a vi,
Queimar toda a alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
SenĂŁo a cinza em que ardi.

Seus Olhos

Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
NĂŁo tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tĂŁo fatal poder,
Que, num sĂł momento que a vi,
Queimar toda alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
SenĂŁo a cinza em que ardi.

Anjo És

Anjo Ă©s tu, que esse poder
Jamais o teve mulher,
Jamais o há-de ter em mim.
Anjo Ă©s, que me domina
Teu ser o meu ser sem fim;
Minha razĂŁo insolente
Ao teu capricho se inclina,
E minha alma forte, ardente,
Que nenhum jugo respeita,
Covardemente sujeita
Anda humilde a teu poder.
Anjo Ă©s tu, nĂŁo Ă©s mulher.

Anjo Ă©s. Mas que anjo Ă©s tu?
Em tua fronte anuviada
NĂŁo vejo a c’roa nevada
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu
Não vejo ondear o véu
Com que o sĂ´frego pudor
Vela os mistĂ©rios d’amor.
Teus olhos tĂŞm negra a cor,
Cor de noite sem estrela;
A chama Ă© vivaz e Ă© bela,
Mas luz nĂŁo tĂŞm. – Que anjo Ă©s tu?
Em nome de quem vieste?
Paz ou guerra me trouxeste
De Jeová ou Belzebu?

NĂŁo respondes – e em teus braços
Com frenéticos abraços
Me tens apertado, estreito!…
Isto que me cai no peito
Que foi?… – Lágrima? – Escaldou-me…
Queima,

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