Hora MĂstica
Noite caindo … CĂ©u de fogo e flores.
Voz de CrepĂșsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
SilĂȘncio … Eis-me rezando aos fins do dia.NĂ©voa de luz criando imagens na ĂĄgua,
Nome das åguas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos hĂșmidos de frĂĄgua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
â Oh, cores na ĂĄgua vindo Ă s mĂŁos em branco! â
Minha Ăłpera de Sol ao Ășltimo arranco.E, oh! hora mĂstica em que o olhar abraso,
â Sol expirando aos PĂłrticos do Ocaso! â
Dobra em meu peito um oceano em coro.
Sonetos sobre Cores de Afonso Duarte
2 resultados Sonetos de cores de Afonso Duarte. Leia este e outros sonetos de Afonso Duarte em Poetris.
Cabelos Brancos
Cobrem-me as fontes jĂĄ cabelos brancos,
NĂŁo vou a festas. E nĂŁo vou, nĂŁo vou.
Vou para a aldeia, com os meus tamancos,
Cuidar das hortas. E nĂŁo vou, nĂŁo vou.Cabelos brancos, vĂĄ, sejamos francos,
Minha inocĂȘncia quando os encontrou
Era um mistĂ©rio vĂȘ-los: Tive espantos
Quando os achei, menino, em meu avĂŽ.Nem caiu neve, nem vieram gelos:
Com a estranheza ingénua da mudança,
Castanhos remirava os meus cabelos;E, atento à cor, sem ter outra lembrança,
Ruços cabelos me doĂa vĂȘ-los …
E fiquei sempre triste de criança.