Sonetos sobre Desmedida

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Sonetos de desmedida escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Czardas Para Serrotes Com Arcos De Violino E Berimbau De Lata

Esta anábase é de hora aberta desnudada
tĂŁo desmedida como foi a minha vida
de nada me arrependo apenas me perdĂ´o
por que meu vĂ´o nem sequer se iniciou

E dessas nuvens que me espaçam esgarçadas
trapos e cordas dissonantes dessa lira
sĂŁo acidentes de percurso em que recorro
como um ZenĂŁo o parafuso desse vĂ´o

Assim nessa colméia em ziper me percorro
como um zangão no zigue-zague nos hexágonos
ando Ă  procura de uma abelha desvairada

que me acompanhe na aventura pelos pântanos
exorcizando a desrazão desses escorços
essa nĂŁo-ave desgarrada do meu nada

Soneto IV – A Uma Senhora

Dos meus lares, dos meus que choro ausente,
Me vieste acordar saudade Ă­mpia,
Tu, amada do Anjo d’Harmonia,
Que te fazes ouvir tĂŁo docemente.

Do piano o teclado obediente
Ao teu tocar encheu-se de magia,
E lá dos mortos na soidão sombria
Operou-se um milagre de repente.

A morte sobre a fouce, entristecida,
Amarguradas lágrimas verteu,
Talvez do fero ofĂ­cio arrependida!

Bellini do sepulcro a pedra ergueu;
E, cheio de alegria desmedida,
C’um sorriso de glĂłria um — bravo — deu.