Sonetos sobre Prismas

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Sonetos de prismas escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

PlenilĂșnio

VĂȘs este cĂ©u tĂŁo lĂ­mpido e constelado
E este luar que em fĂșlgida cascata,
Cai, rola, cai, nuns borbotĂ”es de prata…
VĂȘs este cĂ©u de mĂĄrmore azulado…

VĂȘs este campo intĂ©rmino, encharcado
Da luz que a lua aos pĂĄramos desata…
VĂȘs este vĂ©u que branco se dilata
Pelo verdor do campo iluminado…

VĂȘs estes rios, tĂŁo fosforescentes,
Cheios duns tons, duns prismas reluzentes,
VĂȘs estes rios cheios de ardentias…

VĂȘs esta mole e transparente gaze…
Pois Ă©, como isso me parecem quase
Iguais, assim, Ă s nossas alegrias!

Chuva E Sol

Agrada Ă  vista e Ă  fantasia agrada
Ver-te, através do prisma de diamantes
Da chuva, assim ferida e atravessada
Do sol pelos venĂĄbulos radiantes…

Vais e molhas-te, embora os pés levantes:
– Par de pombos, que a ponta delicada
Dos bicos metem nĂĄgua e, doidejantes,
Bebem nos regos cheios da calçada…

Vais, e, apesar do guarda-chuva aberto,
Borrifando-te colmam-te as goteiras
De pérolas o manto mal coberto;

E estrelas mil cravejam-te, fagueiras,
Estrelas falsas, mas que assim de perto,
Rutilam tanto, como as verdadeiras…

Claro E Escuro

Dentro — os cristais dos tempos fulgurantes,
MĂșsicas, pompas, fartos esplendores,
Luzes, radiando em prismas multicores,
Jarras formosas, lustres coruscantes,

PĂșrpuras ricas, galas flamejantes,
CintilaçÔes e cùnticos e flores;
Promiscuamente férvidos odores,
MĂłrbidos, quentes, finos, penetrantes.

Por entre o incenso, em lĂ­mpida cascata,
Dos siderais turĂ­bulos de prata,
Das sedas raras das mulheres nobres;

Clara explosĂŁo fantĂĄstica de aurora,
Deslumbramentos, nos altares! — Fora,
Uma falange intérmina de pobres.