Sonetos sobre Vento de Ant贸nio Nobre

2 resultados
Sonetos de vento de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Menino e Mo莽o

Tombou da haste a flor da minha infancia alada,
Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:
Voou aos altos c茅us Sta Aguia, linda fada,
Que d’antes estendia as azas sobre mim.

Julguei que fosse eterna a luz d’essa alvorada,
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa viz茫o de luar que vivia encantada,
N’um castello de prata embutido a marfim!

Mas, hoje, as aguias de oiro, aguias da minha infancia,
Que me enchiam de lua o cora莽茫o, outrora,
Partiram e no c茅u evolam-se, a distancia!

Debalde clamo e choro, erguendo aos c茅us meus ais:
Voltam na aza do vento os ais que a alma chora;
Ellas, por茅m, Senhor! ellas n茫o voltam mais…

Tempestade!

O meu beliche 茅 tal qual o bercinho,
Onde dormi horas que n茫o v锚m mais.
Dos seus embalos j谩 estou cheiinho:
Minha velha ama s茫o os vendavaes!

Uivam os ventos! Fumo, bebo vinho.
O vapor treme! Abra莽o a Biblia, aos ais…
Covarde! Que dir谩 teu Av么zinho,
Que foi moreante? Que dir茫o teus Paes?

Coragem! Considera o que has soffrido,
O que soffres e o que ainda soffrer谩s,
E ve, depois, se accaso 茅 permittido

Tal medo 谩 Morte, tanto apego ao mundo:
Ah! f么ra bem melhor, v谩s onde v谩s,
Antonio, que o paquete fosse ao fundo!