A Gravidade e a Seriedade nem Sempre andam Juntas

Tomar a verdade a sĂ©rio! De quantas maneiras diferentes nĂŁo entendem os homens esta frase! SĂŁo as mesmas opiniĂ”es, as mesmas formas de exame e de demonstração que um pensador considera com uma ligeireza quando as aplica por si prĂłprio – sucumbiu-lhes para sua vergonha, neste ou naquele momento da sua vida -, sĂŁo essas mesmas opiniĂ”es, esses mesmos mĂ©todos que podem dar a um artista, quando com eles se choca e com eles vive algum tempo, a consciĂȘncia de ter sido dominado pela profunda gravidade da verdade, de ter mostrado – coisa espantosa -, ainda que artista, a mais sĂ©ria necessidade do contrĂĄrio da aparĂȘncia.
É assim que acontece que uma pomposa gravidade revele precisamente a ausĂȘncia de seriedade com que um espĂ­rito que se contenta com pouco se tenha debatido atĂ© entĂŁo no domĂ­nio do conhecimento… NĂŁo somos nĂłs sempre traĂ­dos por aquilo que consideramos importante? A nossa gravidade mostra onde se encontram os nossos pesos e os casos em que temos falta deles.