O PortuguĂȘs

Prefere ser um rico desconhecido, a ser um herĂłi pobre. É melhor do que parece. O homem portuguĂȘs Ă© dissimulado, e fez da inveja um discurso do bom senso e dos direitos humanos.
Mas é também um homem de paixÔes moderadas pela sensibilidade, o que faz dele um grande civilizado.
Gosta das mulheres, o que explica o estado de dependĂȘncia em que as pretende manter. A dependĂȘncia Ă© uma motivação erĂłtica.
É inovador mas tem pouco carĂĄcter, como Ă© prĂłprio dos superiormente inteligentes, tanto cientistas, como filĂłsofos e criadores em geral.
Mente muito, e a verdade que se arroga é uma culpa inibida. Vemos que ele se mantém num estado primitivo quando defende a sua årea de partido, de seita e de família, à custa de corrupçÔes e de crimes, se for preciso.
Gosta do poder mas nĂŁo da notoriedade. NĂŁo tem o sentido da eternidade, mas sim o prazer da liberdade imediata. NĂŁo Ă© democrata; excepto se isso intimidar os seus adversĂĄrios.
Não tem génio, tem habilidade.
É imaginativo mas não pensador.
É culto mas não experiente.
Não gosta da lei, porque ela desvaloriza a sua própria iniciativa. É místico com a fábula e viril com a desgraça.

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