Façam a Barba, Meus Senhores!
A barba, por ser quase uma mĂĄscara, deveria ser proibida pela polĂcia. AlĂ©m disso, enquanto distintivo do sexo no meio do rosto, ela Ă© obscena: por isso Ă© apreciada pelas mulheres.
Dizem que a barba Ă© natural ao homem: nĂŁo hĂĄ dĂșvida, e por isso ela Ă© perfeitamente adequada ao homem no estado natural; do mesmo modo, porĂ©m, no estado civilizado Ă© natural ao homem fazer a barba, uma vez que assim ele demonstra que a brutal violĂȘncia animalesca – cujo emblema, percebido imediatamente por todos, Ă© aquela excrescĂȘncia de pĂȘlos, caracterĂstica do sexo masculino – teve de ceder Ă lei, Ă ordem e Ă civilização.
A barba aumenta a parte animalesca do rosto e ressalta-a. Por essa razĂŁo, confere-lhe um aspecto brutal tĂŁo evidente. Basta observar um homem barbudo de perfil enquanto ele come! Este pretende que a barba seja um ornamento. No entanto, hĂĄ duzentos anos era comum ver esse ornamento apenas em judeus, cossacos, capuchinhos, prisioneiros e ladrĂ”es. A ferocidade e a atrocidade que a barba confere Ă fisionomia dependem do facto de que uma massa respectivamente sem vida ocupa metade do rosto, e justamente aquela que expressa a moral. AlĂ©m disso, todo o tipo de pĂȘlo Ă© animalesco.
Textos sobre Emblemas de Arthur Schopenhauer
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