A GratidĂŁo nĂŁo Ă© Coisa de Pouca Monta

NinguĂ©m poderĂĄ ser grato se nĂŁo desprezar tudo aquilo que excita a atenção do vulgo: se quiseres, de facto, retri­buir um favor terĂĄs que estar disposto a enfrentar o exĂ­lio, a derramar o teu sangue, a resignar-te Ă  indigĂȘncia, a con­sentir mesmo que a tua inocĂȘncia seja posta em causa e se sujeite a infames boatos. Um homem grato nĂŁo Ă© coisa de pouca monta. Habitualmente, a nada se dĂĄ mais valor do que a um benefĂ­cio enquanto o solicitamos, mas a nada se dĂĄ menos valor depois de obtĂȘ-lo. Sabes o que ocasiona em nĂłs o esquecimento dos favores recebidos? É o desejo daqueles que procuramos obter! NĂŁo pensamos no que jĂĄ conseguimos, mas sĂł no que ainda procuramos alcançar. Somos desviados do caminho recto pelas riquezas, as hon­ras, o poder e outras coisas mais que a opiniĂŁo comum considera valiosas mas que em si mesmas nada valem.