Textos sobre Jornal de Miguel Esteves Cardoso

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Textos de jornal de Miguel Esteves Cardoso. Leia este e outros textos de Miguel Esteves Cardoso em Poetris.

O Meu Amor

[Citações da entrevista do jornal Público a Miguel Esteves Cardoso (MEC) e Maria João Pinheiro (MJ), no dia 21 de Abril de 2013]

MEC – Ela Ă© sempre maravilhosa. Vivia muito desconfiado nos, sei lá, nos primeiros meses e anos. Desconfiava de que ela tivesse uma Maria JoĂŁo verdadeira que nĂŁo fosse assim mágica. Que fosse prática e muito diferente. Que houvesse – há sempre – uma pessoa escondida dentro dela. Mas nĂŁo. NĂŁo há.
(…)
MJ – O Miguel Ă© uma pessoa. Uma pessoa maravilhosa. Um tesouro.
(…)
MJ – Foi conhecer a pessoa mais generosa, perfeita, bondosa. A alma mais pura.
MEC – DevĂ­amos dar mais entrevistas. Eu nunca ouço isto. Estou inchado. Se achavas isso antes, por que Ă© que nĂŁo disseste?
(…)
MEC – Sim. E fiquei como nunca fiquei antes. Fiquei assim toinggg. Parecia extremamente feliz. E eu: «Ah!!» E luminosa. Risonha. Como se fosse um prĂ©mio. Sabe?, um prĂ©mio. «Aqui está a tua sorte.» Senti uma ausĂŞncia de dĂşvida. Eh pá. SĂł queria que fosse minha.
(…)
MEC – É a mulher mais bonita que alguma vez vi. Era linda de morrer e podia ser uma vĂ­bora.

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Fim-de-Semana em Casa

É sábado. É Inverno. É dia de acastelar. Saímos com sacos, «tupper-wares», rolos de notas e troco, listas.
Vamos aos mercados, Ă s lojas, aos restaurantes. O objectivo Ă© enchermo-nos de vĂ­veres, jornais e revistas, queijinhos frescos, nozes e avelĂŁs, coentros e beringelas, feijoadas de chocos e caldeiradas, velharias, bolos e pilhas sobressalentes.
SĂł o bastante para nos acastelarmos em casa, repimpões, com tudo ao nosso alcance, atĂ© Ă  longĂ­nqua segunda-feira. Dia em que saĂ­remos – talvez – quando todos os forasteiros e fim-de-semaneiros tiverem voltado para casa deles.
NĂŁo temos um fosso ou sequer um ferrolho na porta – mas corremo-lo Ă  mesma, idealmente, tropeçando de verdade nas cabeças de alhos-porros e nas ramas das beterrabas, protuberando dos sacos de plástico deitados, mortos, no chĂŁo da cozinha.
Será a mentalidade medieval do campismo ou o ideal «hippy» da auto-suficiência? Não. Constitui açambarcamento? É anti-social? Também não. É apenas o prazer do ninho. Com ameias.
Quanto pior o tempo, melhor sabe fecharmo-nos no nosso castelinho, seguros que estamos abastecidos, de tudo, para dois dias inteiros, prontos para sobrevivermos alegremente até ao fim do fim-de-semana. Cá nos acastelamos e cá nos vamos arranjando.
Noutra dimensão, graças a compras sabichonas,

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