Textos sobre PotĂȘncia de Friedrich Nietzsche

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Textos de potĂȘncia de Friedrich Nietzsche. Leia este e outros textos de Friedrich Nietzsche em Poetris.

Virtudes Inconscientes

Todas as qualidades pessoais de que um homem tem consciĂȘncia – sobretudo quando supĂ”e que os que o rodeiam as vĂȘem, que saltam aos olhos dos outros -, estĂŁo submetidas a leis da evolução completamente diferentes daquelas que regem as qualidades que ele conhece mal ou nĂŁo conhece, as qualidades que a sua finura dissimula ao observador mais subtil e que parecem entrincheirar-se atrĂĄs da cortina do nada. Assim como a delicada gravura que esculpe a escama da serpente: seria um erro ver nela ou uma arma ou um ornamento, porque sĂł Ă© possĂ­vel descobri-la ao microscĂłpio, por consequĂȘncia com um olho cuja potĂȘncia Ă© devida a tais artifĂ­cios que os animais para os quais ela teria por sua vez servido de arma ou de ornamento nĂŁo possuem semelhante!
As nossas qualidade morais visĂ­veis e, nomeadamente, aquelas que nĂłs acreditamos serem tais, seguem o seu caminho; e as do mesmo nome que se nĂŁo vĂȘem, que nĂŁo podem portanto servir-nos de arma ou de ornamento, seguem assim o seu caminho, provavelmente completamente diferente, decoradas de linhas, de finuras e de esculturas que poderiam talvez dar prazer a um deus munido com um microscĂłpio divino. Eis por exemplo o nosso zelo,

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Os Doentes SĂŁo o Maior Perigo da Humanidade

Se tĂŁo normal Ă© o homem em estado morboso, tanto mais de devem estimar os raros exemplos de potĂȘncia fĂ­sica e corpural, os acidentes felizes da espĂ©cie humana, e tanto mais devem ser preservados do ar infecto os seres robustos. Faz-se assim ?…
Os doentes sĂŁo o maior perigo para os sĂŁos; daqueles vĂȘm todos os males. JĂĄ se reparou suficientemente nisto?… Decerto se nĂŁo deve desejar que diminua a violĂȘncia entre os homens; porque esta violĂȘncia obriga os homens a serem fortes, e mantĂ©m na sua integridade o tipo do homem robusto. O temĂ­vel e desastroso Ă© o grande tĂ©dio do homem e a sua grande compaixĂŁo. Se algum dia estes elementos se unirem, darĂŁo ĂĄ luz irremissivelmente a monstruosa «Ășltima» vontade, a sua vontade do nada, o niilismo.
E efectivamente tudo estĂĄ jĂĄ preparado para este fim. Os que tĂȘm olhos, ouvidos, nariz, percebem por todos os lados a atmosfera de um manicĂłmio e de um hospital, em todas as partes do mundo civilizado, europeizado. Os doentes sĂŁo o maior perigo da humanidade; nĂŁo os maus, nĂŁo as «feras de rapina». Os desgraçados, os vencidos, os impotentes, os fracos sĂŁo os que minam a vida e envenenam e destroem a nossa confiança.

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