A Sabedoria do Homem Comum

Os ignorantes e o homem comum nĂŁo tĂŞm problemas. Para eles na Natureza tudo está como deve estar. Eles compreendem as coisas pela simples razĂŁo delas existirem. E, na realidade, nĂŁo dĂŁo eles provas de mais razĂŁo do que todos os sonhadores, que chegam a duvidar do seu prĂłprio pensamento? Morre um dos seus amigos, e como julgam saber o que Ă© a morte Ă  dor que sentem por o perderem nĂŁo acrescentam a cruel ansiedade que resulta da impossibilidade de aceitar um acontecimento tĂŁo natural… Estava vivo, e agora encontra-se morto; falava-me, o seu espĂ­rito prestava atenção ao que eu lhe dizia, mas hoje já nada disso existe: resta apenas aquele tĂşmulo – mas repousa ele nesse tĂşmulo, tĂŁo frio como a prĂłpria sepultura? Erra a sua alma em redor desse monumento? Quando eu penso nele Ă© a sua alma que vem assolar a minha memĂłria? O hábito traz-nos de novo, contudo, ao nĂ­vel do homem comum.
Quando o seu rasto se tiver apagado – nĂŁo há dĂşvidas de que ele morreu! – entĂŁo a coisa deixará de nos incomodar. Os sábios e os pensadores parecem portanto menos avançados que o homem comum, já que eles prĂłprios nĂŁo tĂŞm a certeza,

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