Textos sobre Receio de Henry Miller

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Textos de receio de Henry Miller. Leia este e outros textos de Henry Miller em Poetris.

EnvolvĂȘ-la nos Meus Braços

TrĂȘs minutos depois de vocĂȘ ter partido. NĂŁo, nĂŁo consigo reprimi-lo. Digo-lhe o que jĂĄ sabe: amo-a. É isto que destruĂ­ vezes sem conta. Em Dijon, escrevi-lhe cartas longas e apaixonadas (se vocĂȘ tivesse permanecido na Suíça ter-lhas-ia enviado), mas como posso eu enviĂĄ-las para Louveciennes?

Anais, nĂŁo posso dizer muito agora – encontro-me demasiado alterado. Quase nĂŁo consegui conversar consigo, porque estava continuamente prestes a levantar-me e a envolvĂȘ-la nos meus braços. Tinha esperanças de que vocĂȘ nĂŁo tivesse de ir jantar a casa… De que pudĂ©ssemos ir a algum lado jantar e dançar. VocĂȘ dança… JĂĄ sonhei com isso vezes sem conta… Eu a dançar consigo, ou vocĂȘ a dançar sozinha com a cabeça inclinada para trĂĄs e os olhos semicerrados. Algum dia tem de dançar para mim dessa maneira. Esse Ă© o seu Eu espanhol, o tal sangue andaluz destilado.

Estou sentado no seu lugar e jĂĄ levei aos lĂĄbios o copo onde vocĂȘ bebeu. Mas nĂŁo sei o que dizer. O que vocĂȘ me leu pĂŽs-me a cabeça Ă s voltas. A sua linguagem Ă© ainda mais avassaladora do que a minha. Comparado consigo, nĂŁo passo de um petiz… porque, quando o Ăștero que hĂĄ em si fala,

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Preciso de Ti

Antes de começar… Acabei de suplicar dez minutos para este bilhete… Terrivelmente, terrivelmente vivo, dorido, e sentindo absolutamente que preciso de ti. Permiti o silĂȘncio deliberadamente, sentindo uma grande necessidade de me retirar em mim mesmo, para escrever, e mil coisas prevalecendo.

Mudei para outra mĂĄquina, assustadora; a mĂĄquina francesa… maldita, e eu bĂȘbedo com o desejo de te escrever. Ouve, ligo-te de manhĂŁ: esta noite ou escrevo ou rebento, mas tenho de te ver. Vejo-te brilhante e maravilhosa e ao mesmo tempo tenho estado a escrever Ă  June e todo dividido mas tu compreenderĂĄs — tens de compreender. Vou atirar-me a uma pausa e faço uma chamada. Anais, apoia-me. NĂŁo deixes que os silĂȘncios te preocupem: estĂĄs toda Ă  minha volta como uma chama clara. Nada a nĂŁo ser dois pontos, nĂŁo encontro o ponto nem os apĂłstrofos. Nenhuma cĂłpia disto tambĂ©m: Ăłptimo: bĂȘbedo… bĂȘbedo de vida… Anais, por Cristo: se tu soubesses o que estou a sentir agora.

Isto foi [escrito] ao chegar [ao escritĂłrio]. Agora 3h20 da manhĂŁ no quarto do Fred… Toda a força desaparecida e destruĂ­da por imagens. O Fred estĂĄ na cama com a Gaby do chambre 48. EstĂĄ deitada como um cadĂĄver.

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