Textos sobre Velhos de SĂ©neca

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Textos de velhos de SĂ©neca. Leia este e outros textos de SĂ©neca em Poetris.

A Ira nĂŁo Escolhe Idade nem Estatuto Social

A ira nĂŁo escolhe idade nem estatuto social. Algumas pessoas, graças Ă  sua indigĂȘncia, nĂŁo conhecem a luxĂșria; outros, porque tĂȘm uma vida movimentada e errante, escapam Ă  preguiça; aqueles que tĂȘm modos rudes e uma vida rĂșstica desconhecem as prisĂ”es, as fraudes e todos os males da cidade: mas ninguĂ©m estĂĄ livre da ira, tĂŁo poderosa entre os Gregos como entre os bĂĄrbaros, tĂŁo funesta entre aqueles que temem as leis como entre aqueles que se regem pela lei da força. Assim, se outras afecçÔes atacam os indivĂ­duos, a ira Ă© a Ășnica afecção que, por vezes, se apodera de um povo inteiro. Nunca um povo inteiro ardeu de amor por uma mulher, nem uma cidade inteira depositou toda a sua esperança no dinheiro e no lucro; a ambição apossa-se de indivĂ­duos, a imoderação nĂŁo Ă© um mal pĂșblico.
Por vezes, uma multidĂŁo inteira Ă© conduzida Ă  ira: homens e mulheres, velhos e novos, os principais cidadĂŁos e o vulgo sĂŁo unĂąnimes, e toda a multidĂŁo agitada por algumas palavras sobrepĂ”e-se ao prĂłprio agitador: corre a pegar em armas e tochas e declara guerra ao seu vizinho e fĂĄ-la contra os seus concidadĂŁos; casas inteiras sĂŁo queimadas com toda a famĂ­lia e aquele cuja eloquĂȘncia lhe granjeara muitos benefĂ­cios Ă© eliminado pela ira que as suas palavras geraram;

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A Loucura do Dinheiro

O dinheiro suscita a maior parte das vociferaçÔes que ouvimos: Ă© o dinheiro que fatiga os tribunais, Ă© ele que coloca pais e filhos em desavença, Ă© ele que derrama venenos, Ă© ele que pĂ”e a espada nas mĂŁos dos assassinos e das legiĂ”es; ele estĂĄ manchado de sangue nosso; Ă© por causa dele que as discussĂ”es de marido e mulher ressoam na noite, Ă© por causa dele que a turba aflui aos tribunais; por causa dele, os reis massacram, saqueiam e arrasam cidades que demoraram sĂ©culos a construir, para procurarem ouro e prata entre as cinzas. VĂȘs os cofres arrumados a um canto? É por causa deles que se grita atĂ© os olhos saĂ­rem das suas Ăłrbitas e que os brados ressoam nos tribunais; Ă© por causa deles que juĂ­zes vindo de regiĂ”es longĂ­nquas se reĂșnem para decidir qual Ă© a avidez mais justa.
E quando, não por um cofre, mas por um punhado de ouro ou por um denårio que se dispensaria a um escravo, se perfura o estÎmago de um velho que ia morrer sem herdeiros? E quando, possuindo vårios milhares, um usurårio de pés e mãos deformados, incapaz sequer de mexer no dinheiro, reclama, furioso,

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