Não acreditamos na posteridade, em geral, mas a ambicionamos para nós, em particular.
Passagens de Carlos Drummond de Andrade
1088 resultadosO medo une mais os homens do que a coragem.
Não há como os bons sentimentos para estragarem um cidadão.
Ao contrário do humilhado, o mártir se envaidece do martírio.
Se precisamos de paciência para nos suportarmos, quanto mais para suportar os outros.
As obras-primas devem ter sido geradas por acaso; a produção voluntária não vai além da mediocridade.
O jogo tenta corrigir a injustiça social, dando dinheiro a quem não tem.
A caridade seria perfeita se não causasse satisfação em quem a pratica.
A poesia é um jogo em que os poetas manejam cartas desconhecidas deles próprios.
Nada do que é humano me é alheio, mas nem tudo me apraz.
Escrever um diário é cultivar a ilusão de que o tempo se deterá em suas páginas.
A administração, organismo autoritário, é feita de papel, isto é, de figuração de coisas.
Oramos mais para pedir do que para agradecer.
No debate, todos têm razão em parte, mas essas partes não se ajustam em razão única.
Dá no mesmo escrever cem livros e não escrever nenhum.
Compramos sem necessidade e vendemos o de que precisamos pelo prazer de variar.
O pássaro é livre na prisão do ar. O espírito é livre na prisão do corpo.
Visto o desconforto do Purgatório, é preferível a ida direta para qualquer outro lugar.
A democracia é temperada pelo dinheiro e garantida pelas armas até certo ponto.
O amor é grande mas cabe no breve espaço de beijar.