Citação de

NĂŁo sei, Amor, sequer, se te Consinto

NĂŁo sei, amor, sequer, se te consinto
ou se te inventas, brilhas, adormeces
nas palavras sem carne em que te minto
a verdade intemida em que me esqueces.

NĂŁo sei, amor, se as lavas do vulcĂŁo
nos lavam, veras, ou se trocam tintas
dos olhos ao cabelo ou coração
de tudo e de ti mesma. NĂŁo que sintas

outra coisa de mais que nos feneça;
mas sĂł nĂŁo sei, amor, se tu nĂŁo sabes
que sei de certo a malha que nos teça,

o vento que nos leves ou nos traves,
a mĂŁo que te nos dĂȘ ou te nos peça,
o princĂ­pio de sol que nos acabes.