Uma coisa é o amor, outra é a relação. Não sei se, quando duas pessoas estão na cama, não estarão, de facto, quatro: as duas que estão mais as duas que um e outro imaginam.
Frases de António Lobo Antunes
114 resultadosÉ agradável as pessoas gostarem do nosso trabalho. Temos uma sede infinita de amor. E de reconhecimento. Por muito certos que estejamos do nosso talento e da nossa capacidade de escrever.
A melhor maneira de lidar com os outros é tomá-los por aquilo que eles acham que são e deixá-los em paz.
É terrível uma pessoa sentir-se o centro do Mundo, mesmo para si própria. Dá um alívio bestial – a gente vê isso nas análises – quando um gajo descobre que deixa de ser o centro do Mundo e que as outras pessoas são iguais a ela, que ela deixa de ser realmente o centro, o sol, a coisa mais importante.
Penso, cada vez mais, que um romance tem de contar uma boa história; boa e bem contada. Quanto à Agustina e ao Vergílio Ferreira, estou farto de Faulkners do Minho e de Sartres de Fontanelas, e ainda por cima maus.
Não há ninguém que eu odeie, acho que dá muito trabalho odiar. Há é pessoas que me são indiferentes.
É impossível alguém escrever para a gaveta; quando se escreve é para se ser lido por alguém, e não nos ser concedida uma oportunidade é muito injusto.
Nós temos medo do que queremos. Vivemos todos em Corroios, não temos palhaços de louça nas prateleiras, temos dentro da cabeça.
Aprende-se a escrever, lendo. E também é necessária uma grande humildade face ao material da escrita. É a mão que escreve. A nossa mão é mais inteligente do que nós. Não é o autor que tem de ser inteligente, é a obra. O autor não escreve tão bem quanto os livros.
O grande artista traz uma forma diferente de colorir.
Os escritores portugueses passam o tempo a falar de livros, os escritores americanos nunca falam de livros.
Percebo muito bem que os emigrantes só pensem em regressar, mesmo que seja para fazer casas de azulejo: há um charme lento neste país que é irresistível.
A amizade é regida pelo mesmo mecanismo que o amor, é instantânea e absoluta.
As pessoas antigamente adoeciam, sei lá, os malucos, porque tinham psicoses, esquizofrenias ou neuroses fóbicas. Actualmente os problemas são sempre de relação, da relação da pessoa consigo própria, da relação com os outros.