Frases de António Vieira

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Frases de António Vieira. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Entre o conhecimento do bem e do mal há uma grande diferença: o mal conhece-se quando se tem e o bem quando se teve; o mal, quando se padece, o bem, quando se perde.

Ninguém se contenta com a estatura que Deus lhe deu, e não há homem tão pigmeu ou tão formiga, que não aspire a ser gigante.

Uma velhice enganada é a maior sem-razão do tempo: uma mocidade desenganada, é a maior vitória da razão.

As lágrimas são o mais vivo do sentimento, porque são o destilado da dor; são o mais encarecido dos louvores, porque são o preço da estimação; são o mais efectivo da consolação, porque são o alívio da natureza.

A fé e a caridade são afectos muito fidalgos, e muito bons de contentar. A fé para crer, basta-lhe uma profecia e fica satis­feita; a caridade para amar, quando não tenha benefícios, bastam–lhe agravos, que o amor até de ofensas se sustenta.

Considerai e medi bem os degraus, uns tão altos, outros tão baixos, por onde, tropeçando, ajoelhando e caindo, ou se perde a pretensão, ou se chega finalmente a tomar posse do lugar pretendido, e vereis quanto mais custa o alcançar que o merecer.

A cabeça tem entendimento especulativo, as mãos têm entendimento prático, e este é só o entendimento que faz as coisas.

A primeira vitória para alcançar outras muitas é sujeitar o juízo próprio, quem não é sujeito ao mando alheio.

O bem ou é presente, ou passado, ou futuro: se é presente, causa gosto; se é passado, causa saudade; se é futuro, causa desejo.

Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam nem para que o amem, esse só é fino.

Conquistar a terra das três partes do mundo a nações estranhas foi empresa que os reis de Portugal conseguiram muito fácil e muito felizmente, mas repartir três palmos de terra em Portugal aos vassalos, com satisfação deles, foi impossível.