Eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor.
Frases de Clarice Lispector
1187 resultadosEla era muito satisfatona: tinha tudo o que seu pouco anseio lhe dava. E havia nela um desafio que se resumia em: ”ninguém manda em mim.’
Eu disse a uma amiga: “A vida sempre superexigiu de mim”. Ela disse: “Mas lembre-se de que você também superexige da vida.” Sim.
Melhor assim. Não quero mais depender de ninguém. Quero é o Danúbio Azul. E não Valsa Triste de Sibellius, se é que é assim que se escreve o seu nome.
Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome
Esquenta-me com a tua adivinhação de mim, compreende-me porque eu não estou me compreendendo. Estou somente amando a barata. E é um amor infernal. GH. 115
Eu sou sim. Eu sou não. Aguardo com paciência a harmonia dos contrários. Serei um eu, o que significa também vós.
Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade.
O que é a vida real? Os factos? Não, a vida real só é atingida pelo que há de sonho na vida real.
Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é a tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trémulo sofrendo a incalculável dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento – amadurecimento? Até agora vivi sem ele!
Porque, quanto a mim, sinto de vez em quando que sou o personagem de alguém. É incômodo ser dois: eu para mim e eu para os outros.
Hoje compreendo-o. Tudo lhe perdoo, tudo perdoo aos que não sabem se prender, aos que se fazem perguntas. Aos que procuram motivos para viver, como se a vida por si mesma não se justificasse.
Se o sol e a lua sabem a hora de sair de nossas vistas, porque algumas pessoas ?agradáveis? não seguem a ciclo da natureza?
Algumas oportunidades não voltam só porque você se arrependeu.
O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna.
Eu me dou melhor comigo mesma quando estou infeliz: há um encontro. Quando me sinto feliz, parece-me que sou outra. Embora outra da mesma. Outra estranhamente alegre, esfuziante, levemente infeliz é mais tranquilo.
E receber o telefonema de um amigo, e a comunicação de vozes e alma ser perfeita? Quando se desliga: que prazer de os outros existirem e de a gente se encontrar nos outros. Eu me encontro nos outros.
E tenho, vos asseguro, tudo o mais que faz de mim uma mulher às vezes viva, às vezes objeto.
Tem sentido correr tanto atrás da felicidade, será que basta ser feliz? Será que ser feliz é um estado de tolerância?
Estou precisando de olhar sem que a cor de meus olhos importe, preciso ficar isenta de mim para ver.