Sim, descobriu divertida… Por que não? Por que não tentar amar? Por que não tentar viver?
Frases Interrogativas de Clarice Lispector
121 resultadosEstranhei tudo. E, por me estranhar, vi-me por um instante como sou. Gostei ou não? Simplesmente aceitei.
Que desafio, hein?… Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la…
Tenho coragem? Por enquanto estou tendo: porque venho do sofrido longe, venho do inferno de amor mas agora estou livre de ti.
Eu queria escrever um livro. Mas onde estão as palavras? Esgotaram-se os significados.
Eu que simbolicamente morro várias vezes só para experimentar a ressurreição?
Viver é perigoso? Então com sua licença! Não tenho medo. Nasci assim, encantada pela vida…
Por que é que um cão é tão livre? Porque ele é o mistério vivo que não se indaga.
Penso agora que terei que pedir licença para morrer um pouco. Com licença – sim? Não demoro. Obrigada.
Para que eu continue humana meu sacrifício será o de esquecer? Agora saberei reconhecer na face comum de algumas pessoas que – que elas esqueceram. E nem sabem mais que esqueceram o que esqueceram.
Devo dizer que ela era doida por soldado? Poi era. Quando via um, pensava com estremecimento de prazer: será que ele vai me matar?
Estou livre? Tem qualquer coisa que ainda me prende. Ou prendo-me a ela? Também é assim: não estou toda solta por estar em união com tudo. Aliás uma pessoa é tudo. Não é pesado de se carregar porque simplesmente não se carrega: é-se o tudo.
É preciso coragem. Uma coragem danada. Muita coragem é o que eu preciso. Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção… porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta?
Por que ela estava tão ardente e leve, como o ar que vem do fogão que se destampa? In: Coração Selvagem
E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor?
Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois?
No meu temperamento tem um pouco de pimenta: não é todo mundo que gosta? Nem todo mundo que aguenta?
Meu deus, só agora me lembrei que a gente morre. mas – mas eu também?! não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. sim.
Quero pegar, sentir, tocar, ser. E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério. Sou uma só… Sou um ser. E deixo que você seja. Isso lhe assusta? Creio que sim. Mas vale a pena.
De novo estou de amor alegre. O que és eu respiro depressa sorvendo o teu halo de maravilha antes que se finde no evaporado do ar. Minha fresca vontade de viver-me e de viver-te é a tessitura mesma da vida? A natureza dos seres e das coisas – é Deus? Talvez então se eu pedir muito à natureza, eu paro de morrer? Posso violentar a morte e abrir-lhe uma fresta para a vida?