A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais….
Frases Interrogativas de Clarice Lispector
121 resultadosAliás uma pergunta que me fez: o que mais me importava – se a maternidade ou a literatura. O modo imediato de saber a resposta foi eu me perguntar: se tivesse de escolher uma delas, que escolheria? A resposta era simples: eu desistiria da literatura. Nem tem dúvida que como mãe sou mais importante do que como escritora.
Onde aprender a odiar para não morrer de amor?
Por que quero fazer de mim um herói? Eu na verdade sou anti-heroica. O que me atormenta é que tudo é por enquanto, nada é sempre.
Eu prefiro olhar para trás e dizer: ?Eu não posso acreditar que fiz isso.? Do que dizer ?Eu gostaria de ter feito isso.
Você as vezes não estranha de ser você?
O que eu gostaria de ser era uma lutadora. Quero dizer, uma pessoa que luta pelo bem dos outros. Isso desde pequena eu quis. (…) No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima. É pouco, é muito pouco.
Não vê que isto aqui é como filho nascendo? Dói. Dor é vida exacerbada. O processo dói. Vir-a-ser é uma lenta e lenta dor boa. É o espreguiçamento amplo até onde a pessoa pode se esticar.
Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer?
Cristina disse-me: «O crime não compensa. A literatura compensa?» De jeito nenhum. Escrever é um dos modos de fracassar. Cristina se surpreendeu, perguntou-me então por que eu escrevia. E eu não soube responder.
É assim porque é assim. Existe no mundo outra resposta? Se alguém sabe de uma melhor, que se apresente e diga, estou a anos esperando.
É que quem sou eu? provoca necessidade. É como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto.
Pergunto a Deus: por que os outros? e Ele me responde: por que você? às nossas perguntas Deus responde com pergunta maior e assim nos alargamos em espasmos para uma criança em nós nascer.
Tenho vontade de escrever e não consigo (…) O que escrevo está sem entrelinha? Se assim for, estou perdida. Há um livro em cada um de nós. in Um Sopro de Vida
Eu sempre quis atingir um estado de paz e de não-luta. Eu pensava que era o estado ideal. Mas acontece que – que sou eu sem a minha luta? Não, não sei ter paz.
Que importa o sentido? O sentido sou eu.
Será que só eu sinto a sensação de estar sempre faltando algo?
Quero pegar, sentir, tocar. E tudo isso já faz parte de um mistério. Isso lhe assusta? Mas vale a pena. Mesmo que doa. Dói só no começo.
Que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano,- já me aconteceu antes
Quem sabe de que negras raízes se alimenta a liberdade de um homem?