O meu amigo Gabriel García Marquéz escreveu livros fabulosos mas só se fala do seu Cem Anos de Solidão. Ou se tem a sorte de escrever o livro de sucesso no fim da vida ou se for no princípio nada há a fazer.
Frases sobre Livros de Umberto Eco
14 resultadosO bom de um livro é que se leia.
Rir é próprio do homem, como mentir. O problema é tão complexo, há tantas razões pelas quais podemos rir… Rimos porque estamos felizes, os soldados japoneses riam-se de vergonha quando eram detidos pelos americanos, os homens riem-se durante um show de striptease para dominar a timidez. Rir tem a ver, de alguma forma, com o facto de sabermos que vamos morrer. É mais ou menos isto, e é imenso. Não, ainda não escrevi este livro.
O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê.
Há livros que só falam de sexo. Outros, como os meus, falam de conspirações. Quando um autor escreve muito sobre um tema é porque sente falta disso na vida, ou seja, os que escrevem muito sobre sexo, não o praticam. Os que escrevem sobre conspirações, não conspiram nem são paranoicos.
Eu penso que um livro deve ser julgado dez anos mais tarde, depois de o lermos e de o voltarmos a ler.
O autor pode não interpretar. Mas tem que dizer porquê e como é que ele escreveu o seu livro.
Escrevo muito pouco sobre sexo nos livros, afinal, e como dizia Alessando Manzoni, já há tanto amor no mundo que não é preciso introduzi-lo nos romances. Creio que quem enche os livros de sexo é porque tem pouco na sua vida.
Por vezes, um bom resumo pode dizer mais sobre um romance do que um livro de duzentas páginas.
O que conto neste livro (Número Zero), salvo a fantasia desse Braggadocio sobre o corpo de Mussolini, é verdadeiro, teve processos judiciais e já foi publicado. O pior do que conto no meu romance não é o que se fez de terrível, mas que as pessoas se estejam nas tintas para todos esses acontecimentos. Vejo que tudo entra por uma orelha e sai pela outra das pessoas, como se as coisas terríveis que se passaram há 50 anos não preocupem ninguém e sejam aceites tranquilamente.
Se as pessoas compram meus livros por vaidade, considero que é um imposto sobre a idiotice.
Se alguém escreve um livro e não cuida da sobrevivência desse livro, então é um imbecil.
Respirar é essencial. Ler o texto, lê-lo em voz alta, muitas vezes, para controlar o ritmo. O ritmo muda de livro para livro. Os meus romances anteriores, de 500 páginas, são como sinfonias de Mahler, enquanto este último, ‘Número Zero’, é como o jazz. Por vezes digo aos meus tradutores: ‘Estás a explicar demasiado e a perder o ritmo.’.
Quando alguém começa a escrever um livro, especialmente um romance, mesmo a pessoa mais humilde do mundo espera tornar-se um Homero.