Quem quer algo de grande, como diz Goethe, deve saber limitar-se. Quem, pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.
Passagens de Georg Wilhelm Friedrich Hegel
43 resultadosSer Independente da Opinião Pública
Ser independente da opinião pública é a primeira condição formal para realizar qualquer coisa grandiosa ou racional, tanto na vida como na ciência. Com o tempo, este feito será seguramente reconhecido pela opinião pública, que na altura conveniente o transformará em mais um dos seus preconceitos.
O Artista e a sua Obra
O artista tem pois essa experiência com a sua obra: ele não produziu uma essência igual a ele mesmo. Sem dúvida, da sua obra retorna para ele uma consciência, pois uma multidão admirativa honra a obra como o espírito que é a essência deles. Essa admiração, porém, ao lhe restituir a sua consciência de si apenas como admiração é antes uma confissão feita ao artista de que ela não é igual a ele. Uma vez que o seu Si retorna para ele como júbilo em geral, ali ele não encontra nem a dor da sua formação e da sua produção, nem o esforço do seu trabalho. Os outros podem de facto julgar a obra ou trazer-lhe oferendas, conceber, de algum modo, que ela seja a sua consciência; se eles se colocam com o seu saber acima dela, o artista, pelo contrário, sabe o quanto a sua operação vale mais do que a compreensão e o discurso deles; se eles se colocam abaixo dela e nela reconhecem a essência deles que os domina, ele conhece-a, pelo contrário, como o seu senhor.
O verdadeiro é o todo.
O Estado é a forma histórica específica na qual a liberdade adquire uma existência objectiva e usufrui da sua objectividade.
Da Ideia do Belo em Geral
I – Chamamos ao belo ideia do belo. Este deve ser concebido como ideia e, ao mesmo tempo, como a ideia sob forma particular; quer dizer, como ideal. O belo, já o dissemos, é a ideia; não a ideia abstracta, anterior à sua manifestação, não realizada, mas a ideia concreta ou realizada, inseparável da forma, como esta o é do principio que nela aparece. Ainda menos devemos ver na ideia uma pura generalidade ou uma colecção de qualidades abstraídas dos objectos reais. A ideia é o fundo, a própria essência de toda a existência, o tipo, unidade real e viva da qual os objectos visíveis não são mais que a realização exterior. Assim, a verdadeira ideia, a ideia concreta, é a que resume a totalidade dos elementos desenvolvidos e manifestados pelo conjunto dos seres. Numa palavra, a ideia é um todo, a harmoniosa unidade deste conjunto universal que se processa eternamente na natureza e no mundo moral ou do espírito.
Só deste modo a ideia é verdade, e verdade total.
Tudo quanto existe, portanto, só é verdadeiro na medida em que é a ideia em estado de existência; pois a ideia é a verdadeira e absoluta realidade. Nada do que aparece como real aos sentidos e à consciência é verdadeiro por ser real,
O mais alto objectivo da Arte é o que é comum à Religião e à Filosofia. Tal como estas, é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais elevadas do espírito.
As tragédias verdadeiras no mundo não são conflitos entre o certo e o errado. São conflitos entre dois direitos.
A verdadeira figura na qual a verdade existe só pode ser o sistema científico dessa verdade.
O verdadeiro é o delírio báquico no qual nenhum membro deixa de estar embriagado.
O homem não é mais do que a série dos seus actos.
Um estilo apropriadamente elevado e intimidante, incompreensível e no entanto sugestivo. O equivalente verbal de trompetes.
Tudo o que é racional é real e tudo o que é real é racional.
A História nos ensina que a História não nos ensina nada.
O Sentido do Espírito
Para conhecer bem os factos e enxergá-los no seu verdadeiro lugar, deve-se estar no cume – não os considerar de baixo pelo buraco da fechadura da moralidade ou de alguma outra sabedoria.
(…) O ponto de vista geral da história filosófica não é abstractamente geral, mas concreto e eminentemente actual, porque é o Espírito que permanece eternamente junto de si mesmo e ignora o passado. À semelhança de Mercúrio, o condutor das almas, a Ideia é na verdade o que conduz os povos e o mundo, e é o Espírito, a sua vontade razoável e necessária, que orientou e continua a orientar os acontecimentos do mundo.
A necessidade geral da arte é a necessidade racional que leva o homem a tomar consciência do mundo interior e exterior e a lazer um objecto no qual se reconheça a si próprio.
O estado da natureza é, antes, o estado da injustiça, da violência, do instinto natural desenfreado, das acções e dos sentimentos desumanos.
A necessidade, a natureza e a história não são mais do que instrumentos da revelação do Espírito.
Quanto ao seu supremo destino, a arte permanece para nós uma coisa do passado.
Nada é. Tudo vem a ser.