Passagens de Jean de La Bruyère

161 resultados
Frases, pensamentos e outras passagens de Jean de La Bruyère para ler e compartilhar. Os melhores escritores estão em Poetris.

A maioria das mulheres quase não têm princípios: conduzem-se pelo coração e, quanto aos seus costumes, dependem daqueles a quem amam.

O homem que diz não ter nascido feliz, podia ao menos vir a sê-lo mediante a felicidade dos amigos e parentes. A inveja priva-o deste ultimo recurso.

É preciso um espírito especial para se fazer fortuna, sobretudo uma grande fortuna; não se trata nem do espírito bom nem do belo, nem do grande nem do sublime, nem do forte nem do delicado; não sei precisamente de qual se trata, e espero que alguém me possa esclarecer a tal respeito.

Devemos calar-nos acerca dos poderosos, há quase sempre lisonja em dizer-se bem, há perigo em dizer-se mal enquanto estão vivos e cobardia após a sua morte.

À força de fazermos novos contratos e de vermos o dinheiro crescer nos nossos cofres, acabamos por nos julgarmos inteligentes e quase capazes de governar.

Na Sociedade é a Razão a Primeira a Ser Vencida

Na sociedade é a razão a primeira a ser vencida. Os mais ajuizados são frequentemente dirigidos pelo mais louco e extravagante: estuda-se o seu ponto fraco, o seu humor, os seus caprichos; acomoda-se a ele; evita-se feri-lo; todo o mundo cede a ele: a menor serenidade que aparece na sua fisionomia basta para lhe atrair elogios; acham-no óptimo por não ser sempre insuportável. É temido, considerado, obedecido, e às vezes amado. Só aqueles que tiveram velhos parentes colaterais, ou que os têm ainda, dos quais se espera herdar, podem dizer o que isso custa.

Para o homem, apenas há três acontecimentos: nascer, viver e morrer. Ele não sente o nascer, sofre ao morrer e esquece-se de viver.

O dever dos juizes é fazer justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e exercem a profissão.

Um homem desigual não é um homem só, são muitos; multiplica-se tantas vezes quantos os seus gostos, e de maneiras diferentes. É a cada momento o que não era, e vai ser em breve o que nunca foi: sucede-se a si mesmo.