Se os homens não tivessem alguma cousa de loucos seriam incapazes de heroísmo.
Passagens de Mariano José Pereira da Fonseca
643 resultadosÉ nas grandes assembleias deliberantes que melhor se conhece a disparidade das opiniões dos homens, e o jogo das paixões e interesses individuais.
Os insignificantes são como os mascarados, audazes por desconhecidos.
A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.
Os que mais possuem não são os que melhor digerem.
A beneficência é sempre feliz e oportuna quando a prudência a dirige e recomenda.
A beleza é uma letra que se vence à vista, a sabedoria tem o seu vencimento a prazos.
Governar ou conspirar, ou governar conspirando é infelizmente a vocação fatal e invencível de muitos homens ambiciosos.
Uma grande reputação é talvez mais incómoda que a insignificância pessoal.
As virtudes são racionais, os vícios sensualistas.
A economia do tempo é menos vulgar e mais importante que a do dinheiro.
A escravidão nos amantes é ambição de senhorio.
Não há verdadeiro heroísmo sem religião, ela só é capaz pelo incentivo de um prêmio eterno de persuadir aos homens os maiores sacrifícios dos bens deste mundo e da própria vida.
A literatura inglesa instrui moralizando, a francesa deleita sensualizando: a primeira é racionalista, a segunda sensualista.
Há muitas ocasiões em que a mesma prudência recomenda o aventurar-nos.
A mocidade é temerária; presume muito porque sabe pouco.
A maior parte dos males e misérias dos homens provêm, não da falta de liberdade, mas do seu abuso e demasia.
Ninguém é tão solícito e diligente em requerer empregos, como aqueles que menos os merecem.
Pode-se graduar a civilização de um povo pela atenção, decência e consideração com que as mulheres são educadas, tratadas e protegidas.
O mundo intelectual deleita a poucos, o material agrada a todos.