Nós não temos nem a força nem as oportunidades de executar todo o bem e todo o mal que congeminamos.
Passagens de Marquês de Vauvenargues
128 resultadosFica provado que uma inovação não é necessária quando se torna demasiado difícil implementá-la.
Ninguém está mais sujeito a praticar erros do que aqueles que apenas agem por raciocínio.
A servidão rebaixa as pessoas a ponto de se fazer amada por elas.
A moderação dos fracos é mediocridade.
Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um carácter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo.
A utilidade da virtude é de tal modo evidente que os maus a praticam por interesse.
Quando os prazeres nos esgotaram, julgamos haver esgotado os prazeres; e então dizemos que nada pode saciar o coração do homem.
Torna-se indispensável manter o vigor do corpo, para conservar o do espírito.
O maior de todos os projectos é tomar um partido.
A loucura dos que têm êxito é a de se julgarem hábeis.
Promete-se muito para que nos dispensem de dar pouco.
Os grandes pensamentos vêm do coração.
A consciência das nossas forças fá-las crescer.
A Máscara Falsa da Felicidade
Um erro sem dúvida bem grosseiro consiste em acreditar que a ociosidade possa tornar os homens mais felizes: a saúde, o vigor da mente, a paz do coração são os frutos tocantes do trabalho. Só uma vida laboriosa pode amortecer as paixões, cujo jugo é tão rigoroso; é ela que mantém nas cabanas o sono, fugitivo dos grandes palácios. A pobreza, contra a qual somos prevenidos, não é tal como pensamos: ela torna os homens mais temperantes, mais laboriosos, mais modestos; ela os mantém na inocência, sem a qual não há repouso nem felicidade real na terra.
O que é que invejamos na condição dos ricos? Eles próprios endividados na abundância pelo luxo e pelo fasto imoderados; extenuados na flor da idade por sua licenciosidade criminosa; consumidos pela ambição e pelo ciúme na medida em que estão mais elevados; vítimas orgulhosas da vaidade e da intemperança; ainda uma vez, povo cego, que lhe podemos invejar?
Consideremos de longe a corte dos príncipes, onde a vaidade humana exibe aquilo que tem de mais especioso: aí encontraremos, mais do que em qualquer outro lugar, a baixeza e a servidão sob a aparência da grandeza e da glória, a indigência sob o nome da fortuna,
É falso dizer-se que se fez fortuna, quando não se sabe gozar dela.
Antes de atacar um abuso, deve ver-se se é possível arruinar-lhe os alicerces.
Os preguiçosos tem sempre desejo de fazer alguma coisa.
O erro é a noite dos espíritos e a armadilha da inocência.
Os conselhos da velhice alumiam sem aquecer, como o sol de Inverno.