A cultura está a extinguir-se em sobre-produção, em avalanches de palavras, na loucura da quantidade.
Passagens de Milan Kundera
109 resultadosPara ele, a música é libertadora: ela o liberta da solidão e da clausura, da poeira das bibliotecas, e lhe abre no corpo as portas por onde a alma pode sair para confraternizar.
O que é vertigem? Medo de cair? Mas porque temos vertigem num mirante cercado por uma balaustra sólida? Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrae e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados.
No fim do verdadeiro amor, existe a morte, e só o amor no fim do qual existe a morte é o amor.
Escrevo pelo prazer de contradizer e pela felicidade de estar sozinho contra todos.
A Verdadeira Bondade do Homem
A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da humanidade (o teste mais radical, aquele que por se situar a um nível tão profundo nos escapa ao olhar) são as suas relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais. E foi aí que se deu o maior fracasso do homem, o desaire fundamental que está na origem de todos os outros.
Eu não tenho missão. Ninguém tem missão. E é um alívio enorme perceber que somos livres, que não temos missão.
Ele deixa tão claro como o dia o que é, sem nominá-la… porque existem sentimentos demais pra poucas definições e palavras… e eles são tão generalizados… e a Litost, nada mais era (antes desse livro) um sentimento tão obscuro, que apesar de estar ali não notava sua existência!
Não há papéis pequenos, só actores pequenos.
Tinha lágrimas nos olhos e estava infinitamente feliz por ouvi-lo respirar a seu lado.
A Armadilha do ódio é que ele nos prende demasiado estreitamente ao adversário. Não posso odiá-los, porque nada me liga a eles: não temos nada em comum.
Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o espanto de descobrir-se.
Nós escrevemos porque nossos filhos se desinteressaram de nós
Torturava-se com recriminações, mas terminou por se convencer de que era no fundo normal que não soubesse o que queria: nunca se pode saber aquilo que se deve querer pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.
Talvez a razão pela qual não sejamos capazes de amar seja porque ansiamos ser amados, isto é, exigimos algo (amor) do nosso parceiro em vez de nos darmos genuinamente a ele sem nada exigir, querendo apenas a sua companhia.
Mas faz alguém que se tenha apaixonado ouvir o ronco do seu estômago, e a unidade de corpo e alma, essa ilusão lírica da idade da ciência, imediatamente cai por terra.
A história é tão leve quanto a vida do indivíduo, insustentavelmente leve, leve como uma pluma, como uma poeira que voa como uma coisa que vai desaparecer amanhã
O homem, essa criatura que aspira ao equilíbrio, compensa o peso do mal com que lhe partem a espinha, com a massa do seu ódio.
O valor de um ser humano reside na capacidade de ir além de ele próprio, de sair de dentro de si próprio, de existir dentro de si próprio e para as outras pessoas.
O ódio é uma cilada na medida em que nos ata demasiado fortemente ao nosso adversário.