LĂĄ embaixo vai ter o que eu acho
Passagens de Paulo Leminski
64 resultadosA vocĂȘs, eu deixo o sono. O sonho, nĂŁo! Este eu mesmo carrego!
Tem horas que Ă© caco de vidro Meses que Ă© feito um grito Tem horas que eu nem duvido Tem dias que eu acredito.
Nuvens brancas passam em brancas nuvens
NĂŁo fosse isso e era menos NĂŁo fosse tanto e era quase
O mar, o azul, o såbado. Liguei pro céu mas dava sempre ocupado.
Dia dai-me a sabedoria de Caetano nunca ler jornais a loucura de Glauber tem sempre uma cabeça cortada a mais a fĂșria de DĂ©cio nunca fazer versinhos normais
ALĂM ALMA
(UMA GRAMA DEPOIS)
Meu coração lå de longe
faz sinal que quer voltar.
JĂĄ no peito trago em bronze:
NĂO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negĂłcio
que nĂŁo cessa de bater?
Mais parece um relĂłgio
que acaba de enlouquecer.
Pra que Ă© que eu quero quem chora,
se estou tĂŁo bem assim,
e o vazio que vai lĂĄ fora
cai macio dentro de mim?
Coração PRA CIMA Escrito embaixo FRĂGIL
Bom dia, poetas velhos. Me deixem na boca o gosto dos versos mais fortes que nĂŁo farei. Dia vai vir que os saiba tĂŁo bem que vos cite como quem tĂȘ-los um tanto feito tambĂ©m, acredite.
Aqui nessa pedra, alguém sentou para olhar o mar O mar não parou para ser olhado Foi mar pra tudo que é lado
Parem eu confesso sou poeta cada manhĂŁ que nasce me nasce uma rosa na face parem eu confesso sou poeta sĂł meu amor Ă© meu deus eu sou o seu profeta.
Basta um instante E vocĂȘ tem amor bastante.
A partir desta data, Aquela mĂĄgoa sem remĂ©dio Ă considerada nula E sobre ela, silĂȘncio perpĂ©tuo.
Haja hoje para tanto ontem
Cortinas de seda o vento entra sem pedir licença
Ameixas ame-as ou deixe-as
Lugar onde todos tĂȘm razĂŁo, melhor nĂŁo ter nenhuma.
Inverno Ă tudo o que sinto Viver Ă sucinto
Nada se leva. A nĂŁo ser a vida levada que a gente leva.