Poemas sobre Saudades de Filinto ElĂ­sio

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Poemas de saudades de Filinto ElĂ­sio. Leia este e outros poemas de Filinto ElĂ­sio em Poetris.

Que Mimoso Prazer!

1

Que mimoso prazer! Teu rosto amado
Me raiou na alma! Oh astro meu luzente!
Desfez-se em continente
O negrume cerrado,
Que me assombrava o coração aflito,
Em saudades tristĂ­ssimas sopito.

2

Bem, como quando aponta o sol radiante
Pelos ervosos cumes dos outeiros;
Fogem bruscos nevoeiros,
Da roxa luz brilhante;
Assim, mal vi teu rosto, assim fugiam
As Mágoas, que de luto a alma cobriam

3

Quem sempre assim de amor nos brandos laços!
Doces queixas de amor absorto ouvira!
Da idade nĂŁo sentira
O voo. Entre os teus braços
Me corte o fio, com a fouce, a Morte;
Que perco a vida, sem sentir o corte!

4

Se a meiga VĂ©nus, se o gentil Cupido
Cede a meus votos, cede Ă  minha Amada:
Se esta uniĂŁo prezada
NĂŁo rompe um Nume infido…
NĂŁo dou por mais feliz o vil Mineiro
Sobre montes de sĂłrdido dinheiro.

5

NĂŁo dou por mais feliz o Rei no trono
Lisonjado de CortesĂŁos astutos.

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Prazer! Prazer! oh Falso, oh Bandoleiro!

«Prazer! Prazer! oh falso, oh bandoleiro!
Que fugindo te ausentas
De nĂłs, sem saudade, e tĂŁo ligeiro:
As penas nos aumentas,
Se, mal que te acolhemos, já nos deixas».
Eis que o lindo Prazer tĂŁo suspirado
Me responde: — Que vãs são tuas queixas!
Aos Numes graças rende, que hão criado
O Prazer breve: que, a ser eu comprido,
Me houveram (certo) para si retido.