A Noite Branca

Uma fonte clara e musical
canta na noite branca de Roma
e dos jardins pagĂŁos vem o aroma
que embalsama as camas dos amantes.

A ĂĄgua de si mesma enamorada
cinge a fronte fria das estĂĄtuas
de dia feridas pelas fĂĄtuas
vozes dos turistas sucessivos.

A memĂłria oculta das cloacas
narra o seu trajeto de ĂĄgua e fĂĄbula
pela boca dos tritÔes e måscaras.

No brancor da praça adormecida
Aparece um travesti aidético
E ouve a fonte, a eterna voz da vida.