Juízo
Quando, nos quatro ângulos da Terra,
Troarem as trombetas ressurgentes,
Despertadoras dos mortais dormentes,
Por onde um Deus irado aos homens berra:Prontos, num campo, em apinhada serra,
Todos nus assistir devem viventes
Ao Juízo Final e ver, patentes,
Seus delitos, que um livro eterno encerra.Então, aberto o Céu, e o Inferno aberto,
Todos ali verão: e a sorte imensa
Duma mágoa sem fim, dum gozo certo.Verão recto juiz pesar a ofensa
Na balança integral, e o justo acerto,
Dando da vida e morte igual sentença.
Sonetos sobre Retos de Francisco Joaquim Bingre
2 resultados Sonetos de retos de Francisco Joaquim Bingre. Leia este e outros sonetos de Francisco Joaquim Bingre em Poetris.
Paraíso
Sala imensa de luz, que o pavimento
Uma esmeralda é só, que tem por tecto
Inteiriça safira, que o Arquitecto
Supremo abobadou, com sábio invento.Trono dum só diamante, em trino assento,
De que é amplo dossel rubim selecto,
Onde se assenta um Deus piedoso e recto,
Sem começo nem fim, tempo ou momento.Junto ao sidério sólio está Maria,
Sentada numa pérola formosa
E, em torno dela, a excelsa jerarquia.Toda a celeste corte venturosa
Em perpétuo Te Deum hinos envia,
Ao Trino Rei da Glória luminosa.