Perfeição Ă© Virtude e nĂŁo AusĂȘncia de Defeitos

A virtude Ă© a perfeição no estado de homem e nĂŁo a ausĂȘncia de defeitos. Se eu quero construir uma cidade, pego na malandragem e na ralĂ©. O poder hĂĄ-de nobilitĂĄ-las. Ofereço-lhes uma embriaguez, diferente da embriaguez medĂ­ocre da rapina, da usura ou da violação. É ver aqueles braços nodosos que edificam. O orgulho vai-se transformando em torres, templos e muralhas. A crueldade torna-se grandeza e rigor na disciplina. E ei-los a servirem uma cidade nascida deles prĂłprios. Trocaram-se por ela no fundo dos coraçÔes. E morrerĂŁo de pĂ©, nas muralhas, para a salvarem. SĂł descobrirĂĄs neles virtudes resplandecentes.
«Mas tu, que pĂ”es mĂĄ cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridĂŁo e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que nĂŁo seja e que nĂŁo tenha nem sequer cheiro. Reprovas-lhe a expressĂŁo da sua força. Instalas capados Ă  frente do impĂ©rio. E eles entram a perseguir o vĂ­cio, que nĂŁo passa de poder mal empregado. É o poder e a vida que eles perseguem e, no entanto, tornam-se guardiĂ”es de museu e vigiam um impĂ©rio morto»