O Dom de Deixar Ir

É preciso aprender a viver. A qualidade da nossa existĂȘncia depende de um equilĂ­brio fundamental na nossa relação com o mundo: apego e desapego. Nesta vida, a ponderação, a proporção e a subtileza sĂŁo sempre melhores que qualquer arrebatamento. Mas o essencial Ă© aprender que a existĂȘncia Ă© feita de dĂĄdivas e perdas.

Eis porque quem reza deve pedir e agradecer: tudo Ă©, na verdade, um dom. Tudo passa… importa pois prepararmo-nos para a perda, ainda que tantas vezes nĂŁo seja senĂŁo temporĂĄria… Alegrias e dores. SĂł hĂĄ felicidade num coração onde habita a sabedoria e paciĂȘncia dos tempos e dos momentos, a paz de quem sabe que sĂŁo muitos os porquĂȘs e para quĂȘs que ultrapassam a capacidade humana de compreender.

Na vida, tudo se recebe e tudo se perde.
Amar é um apego natural mas também obriga a que deixemos o outro ser quem é, abrindo mão e permitindo-lhe que parta, ou que fique, sem desejar outra coisa senão que seja radicalmente livre. Aprendendo que hå muito mais valor no ato de quem decide ficar do que naquele de quem só estå por não poder partir.

Nada verdadeiramente nos pertence. O sublime do amor estĂĄ aĂ­,

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