Nos benefícios da fortuna, como nos do amor, nunca se passa da imaginação para a realidade sem prejuízo.
Passagens de Bernard le Bovier de Fontenelle
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Temos de amar e não deixar de viver.
Um espírito bem cultivado é, pode dizer-se, feito por todos os espíritos dos tempos precedentes; foi um espírito só, em suma, cultivado durante esse tempo todo.
É a beleza que começa a agradar e a ternura completa o encanto.
Uma ideia nova é uma cunha que só se pode fazer entrar pela frincha mais larga.
O que mais ardentemente se desejou, baixa de valor logo que se obteve, e basta que as coisas passem da nossa imaginação para a realidade, para logo se notar a perda.
O orgulho é o complemento da ignorância.
É preciso ousar em todo o género de coisas; mas a dificuldade está em ousar com acerto.
Raramente podemos fazer-nos amar, mas é sempre possível fazer que nos estimem.
Para a honra dos grandes acontecimentos é, muitas vezes, necessário que as causas fiquem ocultas.
A beleza do espírito, causa admiração; a da alma, estima; e a do corpo, amor.
A vaidade é o amor-próprio que se exibe. A modéstia é o amor-próprio que se oculta.
Nas ligações do coração, como nas estações, os primeiros frios são os mais sensíveis.
Todas as verdades se iluminam mutuamente.
Um grande obstáculo à felicidade é esperar uma felicidade desmedida.
Só raramente conseguimos que nos amem, mas é sempre possível fazer com que nos estimem.
Uma mulher bonita é o paraíso dos olhos, o inferno da alma e o purgatório da bolsa.
A censura que se pratica sobre as obras alheias não determina necessariamente a produção de obras melhores.
A economia, que é uma virtude, é uma necessidade na pobreza, um acto de juízo na mediania, e na opulência um vício.
O homem não encontra no mundo voz mais animadora do que a que lhe canta os seus louvores.