Passagens sobre Doença

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És um ser inadoecível que está simplesmente manifestando uma doença. És um ser que pode manifestar livremente mil e uma situações. Portanto, alegra-te.

Pensar é o que há de menos saudável no mundo, e morre-se disso como de qualquer outra doença.

A única Doença é não Haver Paixão

A única doença é
não haver paixão.

Há pessoas que encontram no mundo um mero
local de passagem, pessoas que não sentem o que
vêem, que não tocam o que encontram; há pessoas
que não percebem que tudo o que existe foi criado
para apaixonar, para absolutamente apaixonar.

Se não houver paixão
para que serve haver a vida?

Há pessoas
e depois existes tu.

Tu e a loucura de quereres devorar o que te
rodeia, tu e essa pulsão incontrolável para todos
os segundos serem os finais, para todos os instantes
da vida terem desesperadamente de valer pela vida toda.

Se não houver o que tu és
para que serve haver o amor?

E depois existo eu. A apaixonada que ensinaste
a apaixonar-se. Antes de ti não havia o tesão, havia
talvez uma ligeira excitação quando algo de muito
grande me acontecia. Antes de ti não sabia a
beleza do medo, a sensação sem igual de um coração nas
mãos. Antes de ti não sabia que um coração ou está
nas mãos ou anda a rastejar pelos chãos.

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Nada Vence a Vontade

A doença é um estorvo para o corpo, mas não para a vontade se ela não o desejar. O ser-se coxo é um estorvo para as pernas, mas não o é para a vontade. Assim pondera todo e qualquer acidente, e chegarás à conclusão de que o acidente estorva sempre uma ou outra coisa – e que só para ti, movido de vontade, não é estorvo de espécie alguma.

O sentido do dever é comparável a uma qualquer doença. Destrói o tecido do espírito, como certas afecções destroem o tecido do corpo.

O Elogio do Vício

Admiro os viciados. Num mundo em que está toda a gente à espera de uma catástrofe total e aleatória ou de uma doença súbita qualquer, o viciado tem o conforto de saber aquilo que quase de certeza estará à sua espera ao virar da esquina. Adquiriu algum controlo sobre o seu destino final e o vício faz com que a causa da sua morte não seja uma completa surpresa.
De certo modo, ser um viciado é uma coisa bastante proactivista. Um bom vício retira à morte a suposição. Existe mesmo uma coisa que é planear a tua fuga.

O Saber Altera a Economia de um Ser

O que aprendemos por nós próprios, seja que conhecimento for extraído do nosso próprio fundo, é algo que teremos que expiar por um suplemento de desequilíbrio. Fruto de uma desordem íntima, de uma doença definida ou difusa, de uma perturbação na raiz da nossa existência, o saber altera a economia de um ser. Cada um de nós terá que pagar pelo mais pequeno golpe que vibra num universo criado para a indiferença e para a estagnação; cedo ou tarde, arrepender-se-á, arrepender-nos-emos, de o não ter, ou de o não termos, deixado intacto.
O que sendo verdade para o conhecimento é mais verdade ainda para a ambição, porque invadir o terreno de outrem acarreta consequências mais graves e mais imediatas do que invadir o terreno do mistério ou simplesmente da matéria.
Começamos por fazer tremer os outros, mas os outros acabam por nos comunicar os seus terrores. É por isso que os tiranos, também eles, vivem no pavor. O que o nosso futuro senhor há-de conhecer será sem dúvida exacerbado por uma felicidade sinistra, como ninguém experimentou comparável, à medida do solitário por excelência, erguido diante da humanidade toda, semelhante a um deus entronizado no medo, num pânico omnipotente,

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Há doenças extravagantes que consistem em se querer ter o que se não tem. Devemos ficar à espera de tudo o que vier a nós, sem desejarmos o que não temos. Desejando apenas o que vier. Cada espera não deve ser um desejo, só mesmo uma disposição para acolher.

Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada.

Do mesmo modo que a pessoa se torna incapaz de se zangar quando conscientiza que o ‘eu’ que está zangado não é o ‘Eu verdadeiro’, a doença também desaparece por si mesma quando se alcança a conscientização de que o ‘eu’ doente não é o ‘Eu verdadeiro’.

É a doença que torna a saúde agradável e boa, o mesmo faz a fome com a saciedade, e o cansaço com o repouso.

Porém, mais insensato é aquele que, com a mente presa à doença, vive se queixando de que não consegue a cura. Se te queixas de doença, é prova de que ainda não compreendeste a Verdade de que a doença não existe. Não fales mal deste ensinamento, quando és tu próprio que não compreendes a Verdade.

Na Tua Voz, Irmão

Estavam sentados e não falavam. Cada um olhava para um lado que não via. Atrás dos rostos tristes, cismavam. Pensando, Moisés dizia palavras ao irmão, esperançado de que ele as ouvisse; no pensamento, dizia será um instante e trará a solidão. Pela primeira vez, gritaremos o nome um do outro. Já reparaste?, nunca precisámos de nos chamar. Não sei como é o meu nome na tua voz. Na tua voz, irmão, irmão. Não sei como é o teu nome na minha voz. Pela primeira vez, gritaremos o nome um do outro, e o desespero será a antecâmara de uma dor triste a que nos habituaremos, como se habitua um homem sem coração ao espaço negro no peito. Viveste sempre na minha vida, e eu estive sempre contigo quando sorriste. Hoje, a solidão. Desapareceremos um do outro, deixaremos de ser nós para sermos só tu e só eu. Mas não esqueceremos. E lembrarmo-nos será o maior sofrimento, recordarmos o que fomos onde estivermos e não podermos ser mais nada nesse dia. Lembrarmo-nos de quando acordávamos e olhávamos um para o outro, pois tínhamos acordado ao mesmo tempo e tínhamos ao mesmo tempo pensado em ver-nos. Lembrarmo-nos de falar na nossa maneira de falar,

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A Única Alegria Neste Mundo é a de Começar

A única alegria neste mundo é a de começar. É belo viver, porque viver é começar, sempre, a cada instante. Quando esta sensação desapaece – prisão, doença, hábito, estupidez – deseja-se morrer.
É por isso que quando uma situação dolorosa se reproduz de modo idêntico – parece idêntica – nada apaga o horror que tal coisa nos provoca.
O princípio acima enunciado não é, portanto, próprio de um viveur. Porque há mais hábito na experiência a todo o custo (cfr, o antipático «viajar a todo o custo») do que na charneira normal aceite com o sentido do dever e vivida com entusiasmo e inteligência. Estou convencido de que há mais hábito nas aventuras de do que num bom casamento.
Porque o próprio da aventura é conservar uma reserva mental de defesa; é por isso que não existem boas aventuras. Só é boa aventura aquela em que nos abandonamos: o matrimónio, em suma, talvez até aqueles que são feitos no céu.
Quem não sente o perene recomeçar que vivifica a existência normal de um casal é, no fundo, um parvo que, por mais que diga, não sente, sequer, um verdadeiro recomeçar em cada aventura.
A lição é sempre a mesma: atirarmo-nos para a frente e saber suportar o castigo.

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